Fazenda Conforto amplia de 20 para 25% premiação mínima para animais que apresentem genética ADIR
Carcaças mais pesadas e oriundas de bovinos precoces são o alvo de um dos maiores confinamentos do país
O Brasil confina, em média, 4 milhões de cabeças por ano, segundo informações da Associação Brasileira de Pecuária Intensiva (Assocon), e a expectativa é que o setor encerre o ano de 2017 com crescimento de 5,5%. Esse número esconde um dado interessante, pois embora o consumo per capita de carne bovina tenha caído nacionalmente, os cortes mais nobres aumentam suas vendas ano após ano.
De olho nessa tendência sempre crescente, é que a Fazenda Conforto, um dos maiores confinamentos do Brasil, com capacidade estática para fechar 120 mil animais/ano, formulou parcerias para melhorar a qualidade de carne e carcaça dos produtos fornecidos à indústria. Desde fevereiro passado, a propriedade localizada em Nova Crixás (GO) passou a oferecer uma premiação de 20% aos fornecedores de bezerros com genética ADIR em sua composição sanguínea.
Após Onze meses de parceria e 70 mil doses de sêmen ADIR utilizadas na produção de bezerros para o programa, a propriedade decidiu ampliar, espontaneamente, a bonificação mínima para 25% sobre a cotação do boi gordo CEPEA/GOIÁS. “Não existe volta, o caminho é a qualidade genética. E isso a genética ADIR tem de sobra”, afirma Cláudio Braga, diretor da Fazenda Conforto.
De acordo com Paulo Leonel, diretor do Grupo ADIR, que possui propriedades também em Nova Crixás e Ribeirão Preto (SP), a Fazenda Conforto tomou essa decisão devido à qualidade superior apresentada pelos bezerros ADIR, que ajudaram a melhorar a rentabilidade do negócio.
Com quase 60 anos de seleção na raça Nelore, duas das principais marcas do Grupo ADIR são a padronização e a funcionalidade do rebanho Nelore criado a pasto, o que resulta em animais abatidos em idade jovem, com o peso, o acabamento e o rendimento de carcaça desejados pela indústria.
Apesar da alta temperatura e a criação em sistema extensivo em Nova Crixás, os bezerros ADIR desmamam com peso superior a 230kg. “Os animais que não conseguem viver bem e a pasto são descartados”, resume o diretor. Quando submetidos ao regime de confinamento os ganhos zootécnicos tornam-se exponenciais.
Qualidade de carcaça
O Grupo Adir realiza um trabalho pioneiro no Brasil para provar touros por meio de abates técnicos, projeto iniciado em outubro de 2014 e coordenado pelo professor doutor Sérgio Pflanzer, chefe da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp, em Campinas (SP).
“Comprovamos que os animais desejáveis necessitam ser férteis, adaptados, equilibrados, com aprumos perfeitos, linha dorsal plana e racial preservado, pois sem ele é impossível obter padronização de carcaças”, explica Paulo Leonel.
O processo compreendeu o abate de dez filhos de cada touro (comprovados por exame de DNA), com idade entre 18 e 19 meses, criados e recriados a pasto e terminados em confinamento. Já foram comprovados Jiandut FIV (linhagem Golias), OPUS FIV do Brumado (linhagem Jeru), Naman FIV da 2L (linhagem Visual) e Palluk POI FIV da 2L (linhagem Golias).
Os resultados são interessantes e mostram novilhos Nelore com peso médio de 18@, rendimento de carcaça entre 57 e 59% e espessura de gordura subcutânea (EGS) de 4 a 6 mm.
A iniciativa é coroada por avaliações de carcaça in vivo por ultrassonografia, que revelaram o touro Nelore número um em marmoreio: Quanupur da 2L, que deixou para trás nada menos que outros 500 mil animais. Os resultados apresentados chamaram a atenção não só da Fazenda Conforto como também da Fazenda Piratininga, que já adquiriu 90 mil doses de sêmen do Grupo ADIR.