Padrasto suspeito de espancar bebê em Anápolis fala pela primeira vez sobre o caso

"Eu posso ser o que for, posso ser um ex-traficante, posso ser um usuário de maconha, mas um homicida não. Foi um acidente", diz Arafat

Rafaella Soares Rafaella Soares -

Uma entrevista dada por Arafat Dias da Silva, de 28 anos, padrasto suspeito de espancar junto com a companheira o bebê Isaac Souza Ramos no bairro Polo Centro, região Sudeste de Anápolis, traz com detalhes a versão apresentada pelo casal á polícia

Ao radialista Márcio Gomes, Arafat explicou que no momento em que o menino teria caído do vaso sanitário, ele estava jogando futebol com os amigos e recebeu uma ligação da mãe da criança pedindo ajuda.

Chegando na residência, ele conta que teria encontrado o bebê desacordado e tentado reanimá-lo através de respiração boca a boca e massagens cardíacas.

“Quando eu vi ele está sem sinais vitais ai eu fiz respiração boca a boca dele, apertei o peitinho dele e começou a sair alguma coisa do nariz dele, ai já peguei e já levei direto pro hospital. Quando cheguei a cabeça dele tava inchando. Não sei se ele tava consciente ou desmaiado” disse.

Conforme Arafat, a mãe da criança estava assustada e não queria que o bebê fosse levado ao hospital. Ele também relata que deixou a unidade de saúde apenas para levar para casa a filha de três anos que estava chorando.

 

“Eu fui levar minha filha embora e a mãe dele ficou. Eu ainda resvalei meu carro perto do Ceasa, cheguei nervoso em casa e minha família não deixou eu sair, então eu fiquei lá. Só que a polícia chegou logo atrás de mim”.

Questionado sobre a autuação por homicídio qualificado, o padrasto, que já tem sete passagens pela polícia, continuou alegando inocência.

“Como eu vou ser acusado por um homicídio que eu não fiz? Se eu tivesse feito alguma coisa com ele eu não tinha nem levado ele para o hospital não. Eu ia entrar com a minha cara no hospital, como uma criança morrendo, se eu tivesse feito maldade com ela? Eu posso ser o que for, posso ser um ex-traficante, posso ser um usuário de maconha, mas um homicida não. Foi um acidente”, disse aos prantos.

Ainda indignado por ser investigado por homicídio, ele reafirmou ter sido um acidente.

“Eu dou aula de futebol, eu tenho criança, eu mexo com criança. Onde você for você pode perguntar da minha vida como sou com crianças. A questão é essa, foi um acidente. Todo mundo sabe que ele bateu com a cabeça”, alegou.

https://soundcloud.com/user-598447660/padrasto-suspeito-de-espancar-bebe-em-anapolis-fala-pela-primeira-vez-sobre-o-caso

Em tempo

Isaac Souza Ramos deu entrada no Hospital Estadual de Urgências de Anápolis Dr. Henrique Santillo (HUANA) no final da noite de quarta-feira (14), em estado gravíssimo, com parada cardiorrespiratória.

Na unidade, a mãe do pequeno afirmou que ele teria caído de um vaso sanitário, porém o laudo médico apontou agressão física e traumatismo crânio-encefálico.

Tanto a mãe quanto o padrasto foram autuados por homicídio qualificado, lesão corporal e maus-tratos. Se condenados, poderão receber uma pena de 12 a 30 anos de prisão.

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