Projeto idealizado por professor de Anápolis é colocado em prática pelo Governo Federal
Inovadora no mundo, iniciativa promete desburocratizar as operações de transporte de carga no Brasil
No último mês o Ministério da Infraestrutura, lançou o projeto piloto do Documento Eletrônico de Transporte (DT-e), que consiste na substituição de mais de 20 documentos por um documento único, em meio eletrônico, e a integração de pelo menos outros 20 que são exigidos nas operações de transportes, conforme o tipo de carga. O DT-e faz parte do projeto 3i – Rede Brasil Inteligente, que trata do uso de tecnologias para aperfeiçoar a logística multimodal em todo o país.
Idealizado pelo professor Rone Evaldo Barbosa, do curso de Engenharia Civil do câmpus Anápolis de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em parceria com o superintendente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), João Paulo Souza, o projeto tem por objetivo desburocratizar as operações de transporte de carga no país e se baseia na coleta automática de dados por intermédio de um aplicativo que fará a integração com transportadores e embarcadores.
O aplicativo conterá todas as autorizações necessárias para a realização do transporte de cargas ou de passageiros, além de permitir o agendamento de embarque e desembarque em portos. A ideia é que a fiscalização passe a ser eletrônica para acabar com as filas para pesagem e carimbo de notas fiscais e agilizar o embarque e desembarque de cargas.
De acordo com o professor, além da desburocratização, a integração do sistema com outros departamentos vai promover a redução de custos nas operações de transportes, maior controle sobre a evasão fiscal, fornecerá informações em tempo real para a fiscalização de transportes, fiscalização ambiental e para ações de segurança e defesa.
A fase de testes do DT-e teve início no estado do Espírito Santo e está sendo realizada por meio de monitoramento eletrônico já existente em 55 pontos no território nacional. A leitura dos dados será feita por intermédio de um chip instalado no veículo, que enviará informações aos equipamentos presentes nos pontos de fiscalização e permitirá que o condutor siga com a viagem sem que seja necessário parar para apresentar documentos impressos, realizando a parada do veículo apenas em casos em que seja constatada alguma irregularidade.
“Além de ser uma inovação no mundo, em uma visão ampla do uso inteligente da informação de forma integrada, o projeto é uma política de estado e não de governo. Portanto, tem caráter permanente e trará muitos ganhos para o setor produtivo, para a sociedade e para o governo”, afirma o docente.
Doutor em Transportes pela Universidade de Brasília (UnB) e mestre em Engenharia de Transportes pela Universidade de São Paulo (USP), Rone Evaldo Barbosa leciona na UEG desde 1999, atua na área de planejamento estratégico do Ministério da Infraestrutura e como conselheiro do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Além disso, é autor de diversas publicações nas áreas de Logística, Transportes e Trânsito.