‘Pente fino’ em obras e contratos da antiga Agetop vira caso de polícia
Além de irregularidades em contratos e ilegalidades em procedimentos licitatórios, os procuradores da PGE identificaram corrupção na agência
Uma força-tarefa da Procuradoria Geral do Estado de Goiás (PGE) identificou inúmeras irregularidades e indícios de corrupção na Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), atual Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (GOINFRA), no período entre 2011 e 2018.
Segundo o órgão, houve fraudes em contratos, vícios em procedimentos licitatórios, má fiscalização e até mesmo recebimento de dinheiro por parte de servidores da pasta.
Os relatórios dos procuradores da PGE já viraram objeto de investigação no âmbito da Polícia Civil e também estão sob apreciação do Ministério Público Estadual.
Pregões
Uma das ilegalidades apontadas pela Procuradoria são os pregões presenciais que a Agetop realizava para escolher empresas que executaram obras para o Governo de Goiás, à época com os ex-governadores Marconi Perillo (PSDB) e Jose Eliton (PSDB) no comando do Executivo Estadual e Jayme Ricón (PSDB) na presidência da agência de obras.
Os pregões eletrônicos, feitos pela internet para permitir maior concorrência e, consequentemente, mais ofertas e menores preços para o Estado, eram preteridos em detrimento dos pregões presenciais – alvos de críticias por Cortes e Ministérios Públicos de Contas.
Tal prática, sempre vista como exceção na administração pública, era regra na Agetop e continua sendo defentida pelo ex-presidente Jayme Ricón.
“Gosto de ter contato direto com as empresas, não vejo erro nenhum”, disse ele ao jornal O Popular nesta sexta-feira (11).
Processos administrativos
Desde a troca de governo, ocorrida em janeiro deste ano, após a identificação de corrupção e más práticas por parte de servidores, a GOINFRA deu início a processos administrativos que podem culminar em demissão daqueles em que se ficar provado o recebimento de propinas ou apropriação de dinheiro público.
A nova agência também identificou obras mal feitas e tem convocado às empresas que executaram o serviço para retornarem aos locais e refazerem trabalho.