Instituição social se alia à OVG para cuidar de famílias venezuelanas refugiadas em Goiás

Cada família beneficiada terá nos próximos meses um tutor e um padrinho financeiro

Da Redação Da Redação -
Instituição social se alia à OVG para cuidar de famílias venezuelanas refugiadas em Goiás

A crise política, econômica e humanitária na qual a Venezuela se arrasta desde 2013 força sua população a procurar refúgio em Nações vizinhas. Muitos deixam famílias e partem sozinhos, sem domínio da língua portuguesa, alguns só mesmo com a roupa do corpo.

Boa parte destes refugiados tem encontrado em Goiás a chance de retomarem suas vidas com dignidade. O recomeço é muito difícil, mas os venezuelanos têm no trabalho de ONGs o apoio que tanto necessitam.

Aqui no Estado, essa tarefa foi abraçada pelas Obras Sociais do Centro Espírita Irmão Áureo (Osceia), que é uma das entidades parceiras da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG).

Na Plataforma do Voluntariado da OVG, espaço na internet que faz a conexão entre as partes interessadas em ajudar, é possível conferir e colaborar com a Campanha “Refugiados Venezuelanos”.

O intuito é apoiar as “famílias que tiveram de deixar suas comunidades para procurar proteção e refúgio no Brasil”. A Plataforma pode ser acessada em www.ovg.org.br/voluntariado/

“Quando tivemos conhecimento do trabalho que Osceia, entidade cadastrada conosco, está fazendo com os refugiados da Venezuela, entendemos a importância de apoiar e participar, para que a gente consiga mobilizar nossa sociedade a ajudar esses irmãos que estão chegando”, afirmou Jeane Abdala, diretora de Ações Sociais da OVG.

Yuli Mendes, de 60 anos, e José Gregório Rojas, também de 60 anos. (Foto: Divulgação)

Além da campanha disponível na Plataforma do Voluntariado, a OVG ajuda com a entrega de alimentos e roupas. De 12 a 18 de novembro, por exemplo, foram repassados 640 quilos de alimentos para os venezuelanos e, nos próximos dias, eles vão receber 650 peças de roupas, 112 brinquedos e 140 cobertores.

“A Osceia está apta a pegar semanalmente frutas e hortaliças”, detalhou Jane.

Presidente da Osceia, Jânio Borges Santos conta que a entidade conta com o auxílio de voluntários e doadores, e se responsabiliza pela moradia, segurança, capacitação e inserção no mercado de trabalho. No último dia 13, um grupo formado por 26 famílias – cerca de 120 pessoas – chegou a Goiânia.

Destas, 15 foram acolhidas pela Osceia. São pessoas que estavam à mercê da sorte, nas ruas de Boa Vista. Na sede da ONG, sob muita emoção, foram recepcionados sob aplausos e com faixas de “!Bienvenidos!”

Nos próximos três meses, cada família de refugiados terá auxílio de um tutor e um padrinho financeiro, respectivamente. Os adultos serão capacitados e qualificados para serem inseridos no mercado de trabalho, enquanto as crianças têm seu nível de educação avaliado e são direcionadas à escola.

No feriado do dia 15, mais de cem voluntários se uniram para realizar um mutirão solidário para as famílias venezuelanas, oportunidade em que os adultos puderam contar com atendimento de um clínico geral, e as crianças consultaram-se com pediatras. Algumas, inclusive, receberam orientação para ser encaminhadas ao Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), unidade da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Sonhos reconstruídos

A família de Rojas está há três meses em Goiânia, onde luta por uma vida melhor para seus dois filhos. Antes de chegar à capital goiana, Anyulli Rojas viveu por dois anos em Boa Vista, após cruzar a fronteira entre Pacaraima e Roraima.

“Quando chegamos ao Brasil, a situação era extremamente difícil, acredito que igual à da Venezuela”, recorda-se.

Seu marido, Veiker Alexis Rojas, chegou a ficar meses carregando um cartaz de papelão pelas ruas para pedir emprego. Hoje, ele já trabalha e fala de seus sonhos para o futuro.

“Manter nossa família com paz e tranquilidade, e temos conseguido aqui. Estamos muito agradecidos com o apoio da Osceia, desde que chegamos a Goiânia. Essa instituição nos abriu as portas para virmos para cá. Aqui temos casa e trabalho dignos, e podemos ajudar a família que ficou lá”, afirma a venezuelana.

Confira esta e outras ações na Plataforma do Voluntariado e veja como ajudar. Sobre a Osceia, quem ainda tiver algo (móveis, roupas etc) para doar às famílias de refugiados pode entrar contato pelo telefone (62) 9 8299-1640.

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