Caiado vai pedir auxílio de Bolsonaro para substituir Enel por outra empresa
"Eles insistem em dizer que vão investir e nós já não acreditamos mais nessa história que vem se repetindo desde 2019", afirmou o governador
Atualizado às 19h15
O governador Ronaldo Caiado (DEM) participou de uma audiência nesta terça-feira (14) com diretores globais da Enel para ouvir as novas propostas para Goiás.
No entanto, sob a justificativa que a companhia já se comprometeu a realizar investimentos e melhorar a prestação de serviços no Estado e não cumpriu os acordos firmados, o governador anunciou que pretende buscar junto ao governo federal uma solução mais eficiente, que seria a transação de ativos entre a Enel e outra instituição que possa fazer a distribuição de energia elétrica com mais qualidade.
“É sempre a mesma tese, de que estão investindo mais, que vão melhorar, que as coisas vão acontecer. No entanto, vocês noticiaram no mês de outubro e novembro a maior crise de falta de energia de Goiás. A população não confia mais naquilo que eles assinam e naquilo que eles dizem”, disse Caiado.
Em entrevista coletiva, o chefe do poder executivo estadual afirmou que prefere trazer outra empresa para Goiás e que os representantes da Enel não gostaram da ideia, alegando a intenção de transformar do estado na maior distribuidora do Brasil.
A empresa mais cotada para assumir a antiga Celg D é a EDP, uma companhia de origem portuguesa, que atua na distribuição de energia elétrica em São Paulo e Espírito Santo.
Pedido de ajuda
Com a negativa dos diretores da Enel, o governador pedirá auxílio ao Ministério de Minas e Energia, ao presidente da República, Jair Bolsonaro, e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), pois a crise energética seria um impedimento para o desenvolvimento econômico e social de Goiás.
“A reunião concluiu-se nesse clima em que eles insistem em dizer que vão investir e nós já não acreditamos mais nessa história que vem se repetindo desde 2019. Não é preferível nós fazermos o entendimento onde as duas partes vão resolver o assunto ao invés de ter uma queda de braço, um processo judicial, uma encampação, um processo de caducidade?”, salientou o governador.
Presente na reunião, o secretário de Desenvolvimento e Inovação (Sedi), Adriano da Rocha Lima, ressaltou que essa transação não é um procedimento complicado, mas é necessário que as duas empresas privadas estejam de acordo.
“É um processo que já aconteceu várias vezes no Brasil, nesse processo todo de privatização, troca de controles. Não é, do ponto de vista da Aneel, algo que seja complicado. Agora, obviamente eles precisam concordar com esse processo para que avance a possibilidade”, explicou o secretário.
Com a palavra a Enel
A Enel Distribuição Goiás encerrou 2019 cumprindo as metas acordadas no plano de ações firmado em agosto com a Aneel, o Ministério de Minas e Energia e o governo estadual.
Além de avançar no atendimento à demanda reprimida, acelerar o número de conexões rurais e melhorar a qualidade do serviço, a empresa entregou grandes obras estruturais, como duas grandes novas subestações, ampliações de outras unidades e novas redes de distribuição.
A companhia reafirma o seu compromisso com Goiás e para 2020, estão previstos investimentos na ordem de R$ 1 bilhão.