Barcelona anuncia fim de longa e produtiva parceria com Lionel Messi

O último contrato entre o jogador e o clube expirou no dia 30 de junho, mas existia a expectativa de que um novo compromisso pudesse ser firmado

Folhapress Folhapress -
(Foto: Reprodução)
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Chegou ao fim uma das parcerias mais marcantes e produtivas da história do futebol. Após 21 anos, 672 gols na equipe profissional e ao menos 17 títulos importantes, Lionel Messi, 34, está fora do Barcelona.

O último contrato entre o jogador e o clube expirou no dia 30 de junho, mas existia a expectativa de que um novo compromisso pudesse ser firmado. Não foi o caso, e a própria diretoria da agremiação catalã tratou de fazer o anúncio doloroso para seus torcedores nesta quinta-feira (5).

“Leo Messi não continuará ligado ao FC Barcelona” foi o título da nota divulgada pelos dirigentes, que lamentaram a impossibilidade de manter o ídolo. Eles tinham um pré-acordo com o craque para uma renovação de cinco anos, mas não conseguiram fazer o malabarismo financeiro necessário para assiná-lo.

Pelas regras definidas por LaLiga, a organizadora do Campeonato Espanhol, há um teto salarial para cada clube baseado em seu faturamento. A ideia é que os times não gastem mais do que podem, e o Barcelona, que já vivia séria crise financeira, viu sua situação se complicar bastante na pandemia de Covid-19.

A dívida bruta chegou a 1 bilhão (cerca de R$ 6 bilhões). Eleito para a presidência em março deste ano, Joan Laporta assumiu o compromisso de reorganizar a instituição e tentou liberar jogadores para fazer o craque argentino caber na folha, porém não chegou aos números necessários para evitar o adeus.

“Apesar de se haver chegado a um acordo […] com a clara intenção de firmar um novo contrato no dia de hoje, isso não poderá ser formalizado devido a obstáculos econômicos e estruturais. Diante dessa situação, Lionel Messi não continuará ligado ao FC Barcelona”, anunciou o clube.

“As partes lamentam profundamente que não se possam cumprir tanto os desejos do jogador como os do clube. O Barça quer agradecer de todo o coração a importância do jogador no engrandecimento da instituição e lhe deseja o melhor em sua vida pessoal e profissional”, concluiu o Barcelona.

Laporta se irritou com o presidente de LaLiga, Javier Tebas, que se manteve firme no cumprimento da regra do “fair play financeiro”. Tebas afirmou que era de interesse do Campeonato Espanhol a permanência do atacante argentino, mas deixou claro que não faria concessões especiais aos catalães.

Assim, encerrou-se uma relação que começou em 2000, quando Messi ainda era um garotinho. O argentino chegou a Barcelona aos 12 anos, estraçalhou as dúvidas daqueles que questionavam se valia a pena investir em um jovem tão franzino e, vestindo azul e grená, tornou-se um dos maiores nomes do futebol na história, eleito seis vezes o melhor do planeta.

Cruzando gerações e dividindo o campo com talentos como Deco, Ronaldinho, Piqué, Xavi, Iniesta e Neymar, Leo conquistou dez vezes o Campeonato Espanhol em que não cabe mais. Entre outros títulos, como sete edições da Copa do Rei e sete da Supercopa da Espanha, comemorou quatro vezes o título da Liga dos Campeões da Europa e venceu o Mundial de Clubes em três ocasiões.

Também houve momentos de desgaste na relação, sobretudo nos últimos anos. Vivendo uma crise financeira e institucional, o Barcelona deixou de brigar efetivamente pelo título europeu e amargou vexames históricos. Após uma derrota por 8 a 2 para o Bayern em 2020, o argentino comunicou à direção sua intenção de sair.

A situação melhorou com a volta de Laporta, que havia dirigido o clube entre 2003 e 2010 e tem proximidade com o camisa 10. Mas os torcedores se mostraram temerosos quando o contrato chegou ao fim, há pouco mais de um mês, e a renovação não foi anunciada. O pior, para eles, confirmou-se agora.

Livre, Messi obviamente tem portas abertas no mundo todo -o Corinthians e o Cruzeiro, que também vivem crises bastante sérias, fizeram gracejos nas redes sociais-, mas não são muitos os times com capacidade para bancar seu salário. Seu último acordo com o Barcelona lhe rendia 75 milhões de euros (R$ 457 milhões, na cotação atual) por temporada.

Manchester City e Paris Saint-Germain, controlados respectivamente por conglomerados ligados às famílias reais dos Emirados Árabes Unidos e do Qatar, aparecem como as opções mais óbvias.

No caso do City, além do altíssimo poder de investimento, há a velha relação com o técnico Pep Guardiola, que comandou o atleta em período extremamente vencedor no Barcelona. O PSG tem Neymar, que formou com o argentino ótima parceria e, na véspera do anúncio de sua saída do futebol espanhol, publicou uma foto ao lado dele com a legenda: “Amigos”.

Seja qual for o destino do craque, o futebol será diferente a partir da próxima temporada. Quem se acostumou a vê-lo arrancando e balançando a rede sempre com a mesma camisa terá de se habituar a observá-lo castigando adversários com outro uniforme.

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