Caiado inaugura unidade especializada para investigar crimes raciais e de intolerância

Grupo da Polícia Civil prestará auxílio às vítimas de racismo e discriminação, seja por cor, etnia, religião, condição, orientação sexual ou identidade de gênero

Da Redação Da Redação -
(Foto: Wesley Costa/Secom)

O governador Ronaldo Caiado (DEM) inaugurou nesta segunda-feira (16) o Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), no prédio anexo à sede da Escola Superior da Polícia Civil (PC), em Anápolis.

A unidade reúne, no mesmo local, investigações relacionadas à discriminação contra populações vulneráveis. “A Segurança Pública de Goiás dá mais um passo e atinge um universo maior de pessoas que não podem ser constrangidas ou agredidas de acordo com sua opção religiosa, cor e orientação sexual”, afirmou Caiado.

Segundo o governador, a iniciativa, além de um efeito punitivo e educativo, servirá também para educar as crianças, para que as próximas gerações não sofram a influência que sofreram aqueles que hoje ainda fazem esse tipo de prática.

Durante o evento, o governador anunciou que encaminhará projeto de lei à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) para criação da Delegacia Especializada para o Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.

O novo grupo especializado deve atuar no âmbito criminal, na conscientização da população e no resgate da cidadania das vítimas de racismo, discriminação e intolerância, seja ela por cor, etnia, religião, condição, orientação sexual ou identidade de gênero.

Para atender às vítimas de violência, os policiais foram treinados na Escola Superior da Polícia Civil (ESPC) para a demanda específica desses casos.

O Geacri será também uma espécie de escola modelo. Os novos delegados terão que passar por lá e os demais farão uma reciclagem. A estratégia define uma política de atendimento da Polícia Civil voltada para a diversidade.

O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, destaca que a unidade  representa uma nova política no Estado. “É preciso a força da lei para que um segmento pequeno da sociedade entenda que certos tratamentos são, além de humilhantes, criminosos”.

Durante a solenidade, o titular da Secretaria de Desenvolvimento Social, Wellington Mattos, reiterou que não há espaço para intolerância e preconceito na gestão de Ronaldo Caiado.

“Não se trata apenas de um trabalho de combate e prevenção à intolerância nos seus diversos matizes. Trata-se do estímulo às boas práticas, da promoção do respeito à diversidade e à construção de uma cultura de paz”, pontuou.

A portaria 323/2021, que instituiu o Geacri, foi assinada no último dia 17 de julho, pelo delegado-geral da Polícia Civil do Estado de Goiás, Alexandre Pinto Lourenço. O grupo foi instalado em um prédio anexo à Escola Superior.

De acordo com o delegado-geral, o local foi escolhido para intensificar o compromisso da Segurança Pública de Goiás em promover uma formação com foco no reconhecimento das diferenças.

“[É para que] cada policial que passe por um ato de reciclagem perceba a importância do tema e a obrigação de se colocar diante dele como um defensor de direitos humanos”, pontuou.

“Essa é obrigação da Polícia Civil do Estado de Goiás e hoje ela deixa isso muito mais claro do que já havia deixado na interação com cada violência que lhe era comunicada”, complementou.

Segundo números divulgados no 15º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), no último dia 15 de julho, houve aumento de 29,8% nos crimes de racismo no país no ano passado, em comparação com 2019.

O documento também registra crescimento, em escala nacional, das ocorrências de prática de crimes contra a população LGBTQIA+ e de estupro de, respectivamente, 24,7% e 20,9%.

O Geacri será chefiado pelo delegado Joaquim Adorno. “O mote é fazermos um atendimento integral. A ideia original é você deixar de ser um simples sujeito que respeita os direitos humanos para ser um promotor de direitos humanos”, explicou. A

inda conforme Joaquim Adorno, o foco será amparar as vítimas. “Não é só combater o crime, mas acolher as pessoas. E para que se sintam acolhidas, há necessidade de que se vejam legitimadas, representadas nesse espaço”, salientou o delegado.

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