O que explica o forte movimento de goianos que estão deixando o Brasil

Levantamento mostra que a procura por documentação para essa finalidade já aumentou em mais de 20% neste ano

Augusto Araújo Augusto Araújo -
O que explica o forte movimento de goianos que estão deixando o Brasil
Imagem externa do Aeroporto Internacional Santa Genoveva. (Foto: Danilo Boaventura/Portal 6)

Aumentou o número de goianos que querem recomeçar a vida no exterior. Pelo menos dois fatores vêm motivando essa decolagem do território goiano: falta de perspectiva econômica e o descaso com a crise sanitária gerada pela pandemia da Covid-19.

Na busca por respiro, o estado registrou um aumento de 22% na procura de validação de documentos para uso no exterior. Os dados foram coletados entre os meses de junho e novembro deste ano se comparado a 2020 e o levantamento é do Colégio Notarial do Brasil (CNB).

Em entrevista ao Portal 6, o economista Aurélio Troncoso explicou que a saída da população para outros países pode ser fruto da busca por empregos por conta da desaceleração econômica.

“O custo dos produtos aumentou e a taxa de juros disparou, o que dificulta para empresas e cidadãos pegarem empréstimos bancários. Isso prejudica o comércio, que vende menos e acaba dispensando funcionários”.

Para ele,  o desestímulo é claro ao se observar que não há perspectiva de melhora na economia para os próximos três ou quatro anos. “Naturalmente, os jovens vão procurar outros lugares, para ter um padrão de vida melhor”, complementou.

Já Felipe Aquino, bacharel em Direito e mestrando em Direitos Humanos na Universidade Federal de Goiás (UFG), aponta a crise sanitária gerada pela Covid-19 como outro fator que está levando a população querer deixar o estado ou mesmo o país.

“A forma como o Governo Federal trata a questão da saúde gera uma desesperança na população. Ela vê que não há um empenho para lidar com a pandemia e a emigração é vista como uma saída”.

Ele acredita que o governo tenha perdido o momento certo da tomada de decisão e agora tende a ter uma recuperação mais lenta. “Em Portugal por exemplo, que é um dos maiores destinos para quem sai do Brasil, o governo agiu na hora certa, com medidas sanitárias rígidas. Agora, o país [europeu] vê as taxas de desemprego caírem”, complementou.

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