Empreendedora trans criou antiquário-café e emprega LGBTQIA+ em SP

Formada em Design de Interiores, Ana Paula começou sua carreira trabalhando com restauração de obras de arte, desde objetos e quadros pequenos até fachadas de prédios antigos

Folhapress Folhapress -
Empreendedora trans criou antiquário-café e emprega LGBTQIA+ em SP
Ana Paula Tavares, 36, fundadora e idealizadora do Antiquário Bar e Café. (Foto: Gabriel Cabral/Folhapress)

Criar um antiquário bem organizado que fosse também um espaço acolhedor para os clientes. Esse era o objetivo da empreendedora ​trans Ana Paula Tavares, 36, ao fundar o Antiquário Bar e Café (@antiquariocafe) em São Paulo. O que começou como um negócio familiar, hoje, emprega outros profissionais LGBTQIA+ entre seus funcionários.

A história é tema do vigésimo quarto episódio da série Negócios Plurais, sobre empreendedorismo e diversidade, realizada pela Folha em parceria com o Instagram. Toda semana, o jornal publica em seu perfil na rede social relatos em vídeo de empreendedores de todas as regiões do país e a história de Ana Paula marca o último episódio da série.

Formada em Design de Interiores, Ana Paula começou sua carreira trabalhando com restauração de obras de arte, desde objetos e quadros pequenos até fachadas de prédios antigos. Por isso, ela passou a frequentar locais como brechós e antiquários.

“Quando eu ia em um antiquário, eu começava a espirrar, saía de lá com a mão preta e sem lavar, porque não tinha uma pia para lavar as mãos. Geralmente, as peças não estavam catalogadas e não tinham preço”, relata.

Após visitar tantos locais assim, segundo Ana Paula, o pensamento de que eles poderiam ser diferentes passou a falar mais alto. O objetivo para a inauguração do Antiquário Bar e Café, então, foi trazer um espaço novo, onde tudo estaria catalogado e os clientes seriam bem recebidos.

Localizado na Vila Mariana, zona sul da capital paulista, o antiquário foi inaugurado em março de 2019. No começo ela teve ajuda da mãe e do irmão mais novo, que trabalhavam no local em extensas jornadas de trabalho. Hoje, são oito funcionários fixos contratados.

A empreendedora conta que sua transição de gênero aconteceu gradualmente, já que desde criança se considerava diferente. Dos 14 aos 16 anos, Ana diz ter deixado o cabelo crescer e passado a usar roupas com as quais se identificava mais, como shorts curtos e vestidos. “Fui gostando, me entendendo e vi que aquilo era necessário para mim”, relata.

Natural de Fortaleza (CE), Ana Paula se mudou para São Paulo em 2007. Após alguns anos de acompanhamento médico e psicológico, resolveu tomar mais um passo na transição. “Precisava fazer uma cirurgia de readequação sexual para ser feliz por completo”, conta. “Hoje em dia, sou uma mulher realizada e muito feliz.”

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