Professores da rede municipal de Goiânia cumprem ameaça e iniciam greve; 108 mil alunos serão impactados

Prefeitura mantém oferta inicial e diz que só dá conta de pagar os 33,24% aos profissionais em início de carreira

Pedro Hara Pedro Hara -
As aulas serão ministradas normalmente nesta sexta-feira (11) e segunda-feira (14). (Foto: Reprodução/Sintego)

Anunciada na última semana, a greve dos profissionais da educação em Goiânia teve início nesta terça-feira (15). Os servidores reivindicam um aumento de 33,2% proposto pelo Governo Federal no início deste ano.

Ao Portal 6, Débora Quixabeira, superintendente de Gestão da Secretaria Municipal de Educação (SME), falou sobre os impasses que existem entre a solicitação dos servidores e a Administração Municipal.

“A prefeitura ela cumpre a lei ao pagar os 33,24% ao profissional P1 de 40 horas. A lei do fundo que estabelece o piso ela reajusta o p1 de 40 horas e no município a lei estará sendo cumprida. Para além do reajuste, a prefeitura vai conceder 7,5% aos demais profissionais”, explicou.

A greve deve impactar diretamente cerca de 108 mil crianças matriculadas na rede de ensino da capital. De acordo com ela, o trabalho está sendo feito para minimizar os impactos da paralisação.

“Nossa rede tem cerca de 108 mil crianças matriculadas e considerando a necessidade das famílias e da aprendizagem, isso é um grande prejuízo especialmente considerando os últimos dois anos. A prefeitura tem feito esse diálogo e essa comunicação com o sindicato para que isso não aconteça”.

Apesar da deflagração da greve, as negociações continuam entre as partes. No entanto, um dos entraves para o acordo é o impacto financeiro que o aumento para todos os servidores causaria no município.

“A Prefeitura já fez várias reuniões com o sindicato. A dificuldade está na aceitação do que a prefeitura consegue pagar hoje. Nós temos obrigação de a cumprir a lei de responsabilidade fiscal. Ainda que a prefeitura queira cumprir com os 33%, nós estaríamos impedidos pela lei de responsabilidade fiscal”, pontuou.

De acordo com os cálculos feitos pela Secretaria de Finanças, o pagamento dos 33,24% a todos os servidores representaria um aumento de mais de 400 milhões anuais na folha da SME.

“O valor da folha de pagamento da SME é de 1,073 bilhão em 2021, com os servidores. Com o aumento de 33% reivindicado, se ele fosse linear a SME gastaria gastaria cerca de 1,5 bilhões”.

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