Luva de Pedreiro vivia em extrema pobreza e pediu socorro, diz novo agente
Esse é o relato de Marcelo Seiroz, o Batata, novo agente de Iran Ferreira
Beatriz Cesarini, de SP – “Nós fomos procurados por Iran com um pedido de socorro dele e da família, que estavam vivendo em situação de extrema pobreza e sem nenhum auxílio”. Esse é o relato de Marcelo Seiroz, o Batata, novo agente de Iran Ferreira, conhecido como “Luva de Pedreiro”. O empresário é sócio de Falcão na empresa F12 Entertainment e detalhou ao UOL Esporte como foi a aproximação com o fenômeno da internet.
No fim de junho, Iran Ferreira realizou uma live no Instagram para anunciar uma pausa em sua carreira. Aos mais de 16 milhões de seguidores, o jovem disse que estava de “saco cheio” e, em seguida, retirou o nome de Allan de Jesus -o antigo empresário- de suas redes sociais.
Segundo Batata, foi nessa mesma época que Iran procurou o maior jogador da história do futsal e pediu apoio pela segunda vez. “Ele procurou Falcão entre abril e maio e pediu ajuda. Depois, não houve mais contato, além de curtidas nos vídeos e comentários em publicações. Agora, no final do mês de junho, ele voltou a procurar o meu sócio alegando que já não aguentava mais viver na situação em que estava”, explicou.
O ex-jogador de futsal entrou em contato com o amigo Batata, que vive em Recife, e pediu para que ele fosse em Quijingue, no interior da Bahia, buscar Iran e sua família, além de amigos do jovem. A F12 Entertainment, em que ambos são sócios, é uma empresa focada em conteúdo digital de entretenimento. Em um primeiro momento, Luva ficou hospedado em uma casa com outros influencers e agora tem uma residência alugada em Recife.
“Logo na primeira impressão, já vimos o quanto eles estavam mal auxiliados e que eram pessoas de extrema humildade. O Iran é uma pessoa muito pura. Ele não sabe ler nem escrever bem, mas dizia que estava desconfiado porque tinham sido feitas várias promessas a ele, porém nunca realizadas”, disse Batata.
Além da nova moradia, Batata contou que Iran terá uma rede de apoio com assessoria de imprensa, professores, psicólogo, preparador físico e uma equipe de marketing exclusiva. “Também daremos a mesma assistência à família”.
‘NÃO TINHA PODER DE DECISÃO’
Outra queixa de Iran, segundo Batata, é sobre a atitude controladora que Allan de Jesus teria. Além de deixar a família desamparada, o antigo agente supervisionava o WhatsApp do Luva e não permitia nem que o jovem paquerasse garotas. Os perfis nas redes sociais também eram comandados por Jesus.
“A principal queixa dele nunca foi dinheiro, pois para ele R$ 100 mil ou R$ 1 milhão é a mesma coisa. O que o incomodava era falta de assistência a ele e sua família, assim como a falta de liberdade. Ele diz que era supervisionado em tudo. Só podia postar no Instagram com autorização, no WhatsApp, tinha suas conversas vigiadas. Ele não podia falar com uma paquera ou ir a uma festa. Não tinha poder de decisão na sua vida. Essa é a grande queixa dele”, disse.
Poucos dias depois de Iran viralizar na internet dizendo que paralisaria a carreira, usuários das redes sociais passaram a criticar a gestão de Allan Jesus. Diziam que o jovem deveria estar melhor financeiramente do que aparentava.
A polêmica cresceu após um texto publicado no site Metrópoles revelar que o jovem possuía, em duas contas bancárias, saldos com valores em torno de R$ 7.500, considerados irrisórios diante do alcance que suas contas já tinham nas redes sociais. A publicação também mostrou Iran vivendo em uma casa em situação precária.
Allan Jesus disse que as acusações eram levianas, e apuradas de maneira seletiva. Ele ainda afirmou que teria um projeto para construir uma nova moradia para o influenciador.
Uma reportagem do UOL Esporte, publicada no dia 24 de junho, apontou, a partir de dados obtidos na Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro, que o influenciador não possui controle total da empresa criada para gerir sua carreira e os recursos obtidos em contratos de publicidade.
A fatia de Iran Ferreira na Cara da Luva de Pedreiro Produções Artísticas SPE LTDA é de 45%, como mostrou o texto, enquanto Allan Jesus e o influenciador Victor Melo, juntos, somam 55% da empresa.
Procurado para explicar a divisão da sociedade, Jesus não respondeu.
Agora, segundo Batata, os advogados que representam Iran estão em contato com os defensores de Allan para ajustar essas questões financeiras e contratuais.
OUTRO LADO
Desde o dia 20 de junho, o UOL Esporte tenta contato com o empresário Allan de Jesus, mas não obtém respostas. No último domingo, o empresário publicou uma nota oficial em suas redes sociais criticando o Grupo Globo após uma matéria sobre o caso no Fantástico.