Aquisição de geradores vira rotina para empresas do DAIA, que temem quedas de energia

Associação de empresários reclama de qualidade dos serviços prestados pela Enel e diz que problema afeta chegada de novas indústrias

Aglys Nadielle Aglys Nadielle -
Subestação da Enel em Goiás. (Foto: Divulgação/Enel)

Empresários do Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA) precisaram comprar dezenas de geradores para evitar prejuízos com as quedas de energia.

De acordo com o presidente da Associação das Empresas do DAIA (Assedaia), Amaury Esberard, parte da região já chegou a ficar até 24 horas no escuro. Por isso, há quem tenha adquirido até 15 geradores para manter as operações.

“A qualidade da energia não é boa, no sentido de oscilação. Também existe micro cortes de pequenos milésimos de segundos que muitas vezes não são perceptíveis para algumas empresas, mas outras que detém equipamentos de alta precisão praticamente precisam reiniciar todos os processos”, ressalta Amaury.

De acordo com a associação, faltam investimentos na subestação do DAIA, por parte Enel, responsável pela distribuição da energia no estado.

“Ela foi criada para que quando houvesse queda no fornecimento de energia ela entrasse automaticamente em operação, havia a dois anos diversos geradores funcionando, hoje se você passar por lá está um abandono”, disse.

Falta de energia limita crescimento

Não é só na manutenção das operações das empresas instaladas no DAIA que a má qualidade da energia prejudica. De acordo com o presidente da Assedaia, o distrito perde novas companhias por ter este gargalo.

“Tenho alguns amigos que tem reclamado que já estão há seis meses aguardando a instalação da energia”, relata.

Na visita mais recente que fez ao DAIA, o governador Ronaldo Caiado também fez críticas à Enel e pediu aos empresários que ajudassem-no a “tirá-la de Goiás”.

Enel responde

Em nota, a Enel informou que a subestação do distrito industrial “passou por ampla modernização em 2019, com a construção de novas saídas para redes de média tensão e instalação de bancos de capacitores, que são equipamentos que mantém os níveis de tensão dentro dos padrões técnicos, melhorando a qualidade da energia distribuída.”

A empresa disse ainda que estão em andamento mais duas obras na unidade. Tratam-se da construção de uma segunda linha de distribuição de alta tensão, com cerca de 10 quilômetros de extensão, e a instalação de um novo transformador de 33 MVA e de novos equipamentos de alta tensão, “que darão maior confiabilidade e aumentarão a qualidade e a oferta de energia disponível na subestação.”

O valor investido, conforme a estatal, chega a R$ 13,6 milhões. A distribuidora afirmou que “a subestação DAIA atende plenamente a demanda de carga das empresas já instaladas e com a obra de construção da linha, terá maior capacidade de absorver novas cargas.”

Por fim, a Enel alegou que nos últimos 45 dias houve três situações de instabilidade no fornecimento e todas foram resolvidas em questão de minutos.

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