JULIANA BRAGA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Depois de errar diversas previsões sobre o desempenho de Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas, a campanha do presidente refez os cálculos mais uma vez e agora projeta que ao fim de agosto ele esteja próximo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no limite da margem de erro.
Em março, o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil) previu empate entre os dois em maio. Depois, a previsão era alcançar o petista ainda em julho.
Em seguida, a meta era reduzir a rejeição de Bolsonaro abaixo de 40% até o início do segundo semestre, pegando carona na exposição das inserções partidárias do PL e das legendas que o apoiam.
Nada disso ocorreu, e Lula mantém uma constante dianteira de ao menos dez pontos percentuais sobre o presidente na maioria das pesquisas, com chance de vitória em primeiro turno.
Auxiliares de Bolsonaro reconhecem que é difícil projetar o cenário futuro porque o próprio presidente não facilita um planejamento e, com frequência, deixa de ouvir conselhos da equipe que o assessora.
O episódio mais recente foi a reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada na qual ele repetiu informações falsas sobre a urna eletrônica e o processo eleitoral brasileiro. A campanha avalia que o encontro foi um tiro no pé.
Ainda assim, seus auxiliares estão otimistas com o início do pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600 e com as demais benesses aprovadas pelo Congresso na PEC Kamikaze.
Na mais recente pesquisa do Datafolha, em junho, apresentou vantagem de 19 pontos em relação a Bolsonaro.