Há poucos dias do Enem, jovens goianos utilizam as redes sociais para expor a ansiedade

Especialistas apontam principais causas e aconselham formas para aliviar esses momentos de tensão

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Provas do Enem serão aplicadas nos dias 13 e 20 de novembro. (Foto: Reprodução)

Há poucos dias das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os jovens goianos têm usado as redes sociais para expressar toda a ansiedade e pressão que estão sentindo.

Ao Portal 6, Leonardo Oliveira, de 17 anos, revelou que faltando pouco mais de uma semana para o exame, não se sente preparado o bastante, principalmente por conta da rotina puxada da escola em que estuda.

“Com a correria do dia a dia e as diversas provas da escola, a cabeça vai ficando cheia demais e começa a bater uma insegurança com o Enem, já que toda essa rotina acaba impedindo de focar os estudos”, afirmou.

Por meio de um desabafo nas redes sociais, Maria Tereza Pimenta, de Anápolis, também lamenta que a instituição de ensino está atrapalhando não somente os estudos para o exame nacional, mas causando sérios impactos na própria saúde mental.

“Na maioria desses dias eu cheguei a estudar mais de 15 horas, não tive tempo para me alimentar direito e nem para fazer uma atividade física porque minha maior preocupação era sair bem em tudo e no fundo não me sai, porque quanto mais os dias passavam, mais a cabeça ficava cheia e confusa”, afirmou em um trecho da publicação.

Desabafo realizado pela estudante Maria Tereza Pimenta no Instagram. (Foto: Reprodução)

Segundo o Gerente acadêmico da Faculdade ICTQ, Wallace Portilho, a ansiedade dos estudantes pode ser motivada por diversos gatilhos, mas dentre eles, dois se destacam: a insegurança pela redação e a pressão da rotina escolar. ”

“Primeiro a insegurança quanto ao domínio de argumentos para um tema de redação que pode ter tantas vertentes, especialmente no momento que estamos vivendo”, afirmou.

“Segundo pela pressão gerada na própria rotina escolar na preparação para a prova. Geralmente nesse momento são potencializados os aulões extras, as atividades de capacitação mais focadas no modelo de prova do ENEM, entre outros. Esse aumento de volume sazonal na rotina, acaba criando um ambiente de autoavaliação repentina e competitividade que, por inércia, gera uma evolução nos níveis de ansiedade dos alunos”, completou.

A psicóloga Lara Prado destaca ainda que a própria escolha profissional, assim como a família, podem ser fatores ansiogênicos nesta fase da vida. “Essa é uma da tarefa a ser concretizada na adolescência, pode ter a função de motivar o adolescente a estudar e definir um planejamento que o leve ao sucesso no vestibular, mas pode também gerar ansiedade”, apontou.

Tendo em vista que este sentimento é praticamente inevitável, Lara Prado dá algumas dicas para que os alunos se sintam mais calmos quando estiverem em crise. Um deles é identificar exatamente o que está sentindo e tentar entender que eles não são verdades absolutas.

Um outro conselho deixado pela psicóloga é realizar a respiração diafragmática. Ela explica que “respirando pelo abdômen, inspire o ar contando até quatro segundos, segure o ar contando até dois segundos, e exale  contando até seis segundos.

Por fim, a profissional destaca que é de extrema importância aceitar a ansiedade e os sintomas, pois, “aceitando-os, eles irão embora mais rápido”.

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