Goiás registra maior taxa de estupro a cada 100 mil habitantes do país, aponta pesquisa

Vítimas sofrem quadros de suicídio, depressão, ansiedade, impulsividade, distúrbios alimentares, sexuais e de humor

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Delegacia Especializada em Atendimento a Mulher. (Foto: Arquivo/Portal 6)

Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) registrou que Goiás possui o índice mais alto de estupros em relação à taxa da população. Foram 640 casos notificados na saúde a cada 100 mil habitantes em 2019, ano de condução da pesquisa.

A estimativa de casos totais é de 33.491,  sendo que menores de 18 anos, assim como o crime de estupro de vulnerável não foram considerados. Os segundo e terceiro colocados foram Sergipe (600) e Roraima (565), respectivamente. Já os estados com os menores registros foram Paraíba (152), Minas Gerais (167) e Alagoas (170). 

A pesquisa aponta que há um caso grave de subnotificação de violência sexual. Com base na estimativa, somente 8,5% dos casos são identificados pela polícia e 4,2% chegam ao sistema de saúde em âmbito nacional. Em Goiás, a taxa de notificação de estupro é de apenas 1%. 

Com isso, conforme estudo, os principais motivos para tal são que mulheres adultas podem não conferir gravidade ao ato cometido ou então desejam privacidade, ao invés de serem interrogadas sobre a violência sofrida. O caso de subnotificação é grave ao considerar a impunidade e a falta de assistência médica e psicológica. 

Entre os resultados da violência sexual, a pesquisa afirma que as vítimas, em sua maioria mulheres, além das consequências físicas, sofrem quadros de suicídio, depressão, ansiedade, impulsividade, distúrbios alimentares, sexuais e de humor e alteração do sono. 

A pesquisa, no Mês da Mulher, aponta que os agressores tendem a ser homens, divididos em quatro grupos principais: parceiros e ex-parceiros, familiares, amigos e desconhecidos.

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