Quase um mês após lei, ainda não há previsão de delegacias da mulher atenderem 24h em Goiás

Em coletiva de imprensa, diretor geral da Polícia Civil (PC) explicou motivos que atrasam implementação da determinação

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Coletiva de imprensa realizada na Fundação Tiradentes. (Foto: Gabriella Pinheiro/ Portal 6)

Quase um mês após a sanção do presidente Lula (PT) que torna obrigatório o atendimento 24h, sete dias por semana, nas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam), não há previsão para cumprimento da medida em Goiás.

Ao todo, são 27 unidades especializadas espalhadas em todo o estado. A justificativa para tirar a lei do papel é que está em curso o treinamento de profissionais, sobretudo do sexo masculino, para atendimento de mulheres vítimas de violência. Entretanto, nenhum prazo foi estipulado.

Já em relação aos municípios em que não há delegacias especializadas a necessidade de mudança estrutural é ainda maior. Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (27), o diretor geral da Polícia Civil (PC), André Gustavo, explicou ao Portal 6 que devido a carência de unidades em alguns municípios goianos e a baixa procura nesses locais, a corporação está tendo que adaptar a estrutura das centrais de flagrantes para o cumprimento da determinação. 

“Nós estamos preparando as centrais de flagrantes que tem nesses lugares, adaptando, segundo a legislação, com entradas separadas, sala lilás e entre outros”, explicou. 

Déficit de delegados 

Questionado sobre os dados do “Estudo de Carência de Delegados de Polícia no Brasil” da Associação dos Delegados de Polícia no Brasil (ADEPOL) que aponta que a Polícia Civil do estado enfrenta déficit de número de delegados, com 191 cargos vagos, André afirmou que a corporação já planeja maneiras para reduzir o índice. 

Uma das soluções, de acordo com ele, é a abertura de um curso de formação para delegado em Goiás, previsto para começar em junho. 

Segundo ele, a expectativa é que a iniciativa possa reunir cerca de 100 policiais, agentes, escrivães e papiloscopista para reduzir a defasagem do número. 

No entanto, André ressalta que a diminuição dos dados ainda depende da forma como as oportunidades serão disponibilizadas e a demanda de cada delegacia. 

“A maior parte disso vai depender de uma estruturação para o aumento de vagas”, destacou. 

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