Ex-funcionário do Magalu distribui cupom em email de despedida e ganha bônus

Ele fez um relato da história no Twitter e, desde então, diz acumular propostas de emprego

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(Foto: Arquivo Pessoal)Ex-funcionário do Magalu distribui cupom em email de despedida e ganha bônus
(Foto: Arquivo Pessoal)

PEDRO S. TEIXEIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “Monetizei minha demissão”. É assim que o analista de marketing Fernando Pinheiro, 33, sintetizou sua saída do Magalu.

Demitido na manhã de terça-feira (30), ele programou o envio de um email de despedida para 800 colegas e adicionou um cupom de 25% de desconto na mensagem. Com isso, vendeu produtos o bastante para bater sua meta de receita para a empresa e receber uma comissão bônus.

Pinheiro fez um relato da história no Twitter e, desde então, diz acumular propostas de emprego. A publicação viralizou, chegando a mais de 76 mil curtidas, 2.900 retweets e 2,1 milhões de visualizações.

“Teve gente que me chamou de otário nos comentários, mas eu estou em um mercado super competitivo e eu preciso dar o meu melhor. Mantive uma porta aberta no Magalu e consegui mostrar meu trabalho para outras empresas”, afirma o analista de marketing à reportagem.

O ex-funcionário deixou o email para o fim do expediente em respeito ao pedido da empresa de discrição sobre o desligamento. “Comentei só com minha equipe e gestores durante o dia.”

Pinheiro diz que não pode revelar a taxa de conversão que conseguiu no cupom, por respeito à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

A demissão do analista de marketing fez parte uma redução no quadro das equipes de Netshoes e Zatini, empresas do Magalu cujas contas de relação com o mercado eram controladas por Pinheiro. “Não teve a ver com desempenho”, afirma.

Procurada pela reportagem, o Magalu não respondeu o número de pessoas afetadas pelo corte. Segundo a companhia, as demissões “fazem parte de um processo de reorganização das estruturas e de captura de sinergias operacionais das verticais de moda e esporte”.

O Magalu comprou Netshoes e Zattini por R$ 244 milhões em 2019, e o atual movimento busca integração, disse a varejista.

Pinheiro diz que outros recrutadores já o procuraram, mas que ele ainda não teve tempo para filtrar as ofertas. “Houve empresas de todos os tamanhos. Algumas grandes, que pediram para não ter o nome divulgado, mas sobretudo agências pequenas. Teve proposta para ser analista, gestor e até para executivo.”

Embora tenha recebido fundo de garantia, outros direitos trabalhistas e uma bonificação, Pinheiro pretende se recolocar no mercado quando for possível.

“Não vou pegar a primeira proposta que chegou, analisarei tudo com calma, mas eu preciso de uma fonte de renda. Minha esposa está desempregada e, apesar de termos uma boa reserva, não podemos ficar com esse desfalque.”

De acordo com Pinheiro, a repercussão fez parte de uma estratégia. “Eu sabia que ia repercutir, porque tinha um gatilho emocional e storytelling. A proporção ultrapassou o que eu tinha imaginado.”

O profissional de marketing tem duas graduações ligadas à sua área de atuação e trabalha com relacionamento entre empresas há cerca de oito anos, e já tinha passagem por Netshoes e Zattini, antes dessas empresas terem sido compradas pelo Magalu em 2019.

De acordo com publicação de Pinheiro no LinkedIn, os profissionais de marketing precisam ser criativos para se destacar em um mercado duro. Na rede social focada em questões corporativas e de trabalho, o post do ex-gestor do Magalu rendeu mais de 30 mil curtidas e 161 compartilhamentos.

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