Servidores organizam manifestação contra projetos de Roberto que reduzem remunerações
Ação vai ocorrer na Câmara Municipal, onde documentos serão votados pelos parlamentares na sexta-feira (30)
Após divulgação dos Projetos de Lei enviados pelo prefeito Roberto Naves (PP), na quarta-feira (28), para votação em caráter de urgência pelos vereadores, algumas das alterações causaram revolta entre os servidores municipais. Entre elas, estão o aumento na contribuição previdenciária, de 14% para 22%, além da retirada de gratificações equivalentes à 20% do salário.
Com a notícia, trabalhadores se mobilizaram para uma manifestação marcada para sexta-feira (30), em frente à sede da Câmara Municipal de Anápolis. A expectativa é de que 200 pessoas se desloquem para o local.
“Vamos acompanhar a votação, da qual já prevemos o resultado, e iremos lutar pelos nossos direitos, de maneira organizada e respeitosa, pois os nossos deveres estamos cumprindo”, revelou a servidora aposentada e representante do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde), Silvia Regina.
Apesar de apontar necessidade de desidratar a folha e dar fôlego para o Instituto de Seguridade Social dos Servidores (Issa), na prática, a sensação dos profissionais é de que há pouca valorização pela categoria pela atual gestão. Na área da saúde, servidores alegam uma grande recepção de verbas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“O Ministério da Saúde paga, a cada vez que cadastramos os dados de usuários do SUS, cerca de R$ 55 ao município. Cada agente tem que cadastrar 750 indivíduos, totalizando R$ 41.662,00 mensais para custear esses indivíduos. Como as unidades têm em média 10 mil pacientes cadastrados, as verbas são milionárias”, relatou Fabiana Oliveira, servidora do município.
Os cortes das gratificações chegam poucos meses após a conquista da atualização da data-base em 6%, concedida aos servidores em fevereiro. O que, na prática, pode anular a medida ou mesmo influir em redução da remuneração.
“Será retirada uma gratificação de 20% do nosso salário e a contribuição previdenciária vai para 22%, isso vai resultar em um desconto de R$ 1.300 no meu salário. Vamos protestar todos de camisa branca e nariz de palhaço, levando cartazes que denunciam a medida”, desabafou Fabiana Oliveira.