Sindicatos não querem que Câmara de Anápolis aproveite mês de férias para votar projeto contra servidores

Agremiações promoveram assembleia conjunta no saguão do Centro Administrativo da Prefeitura, na manhã desta quarta-feira (12), para alertar as categorias

Samuel Leão Samuel Leão -
Sindicatos não querem que Câmara de Anápolis aproveite mês de férias para votar projeto contra servidores
Assembleia conjunta contou com a participação dos sindicatos dos professores, saúde e administração centralizada. (Foto: Samuel Leão)

Após ensaiarem um princípio de entendimento com a liderança do prefeito Roberto Naves (PP) na Câmara Municipal nos últimos dias, os sindicatos, a partir de pressão de servidores insatisfeitos com os movimentos, promoveram na manhã desta quarta-feira (12) uma assembleia conjunta no Centro Administrativo da Prefeitura de Anápolis.

Apesar do recuo em pontos polêmicos, como a elevação da alíquota de contribuição previdenciária de 14% para 22%, proposto inicialmente pelo Executivo Municipal, outros pontos do projeto, como o artigo que vincula a reposição salarial ao Instituto de Seguridade Social dos Servidores Municipais de Anápolis (ISSA), ainda causam apreensão nos sindicatos.

“Acertamos algumas alterações que amenizaram a situação, mas ainda queremos mudar o artigo quinto, parágrafo segundo, pois achamos que ele ficou dúbio e deve prejudicar nossa categoria. Nesta assembleia iremos esclarecer maiores detalhes para nos mobilizarmos”, relatou o presidente do Sindicato dos Funcionários e Servidores Públicos Municipais de Anápolis (SindiAnápolis), Grattony Gratão, em entrevista ao Portal 6.

Compartilha da mesma preocupação a presidente do Sindicato dos Professores da Rede Municipal de Anápolis (Sinpma), Márcia Abdala, que passou a defender expressamente a retirada do projeto da votação.

“Ontem o vereador Jakson Charles me passou outra proposta de alteração do artigo quinto, que vai ser debatida na assembleia, mas, ao meu ver, ele deu apenas uma leve amenizada na situação. Ontem eu queria que ele retirasse o artigo quinto, hoje já quero que ele nem seja votado”, disse ela à reportagem.

Artigo Quinto do Projeto, levado à Câmara pelo prefeito Roberto Naves (PP). (Foto: Reprodução)

A presidente explicou que a alteração proposta condiciona a reposição salarial dos servidores como um todo, vinculando ao ISSA qualquer tipo de alteração. Assim, seria criado mais um entrave para as negociações salariais que, segundo ela, já não são fáceis desde 2018.

Outros pontos sinalizados, que também resultariam em entraves para negociações da categoria, são o limite de gasto em potencial e a lei da responsabilidade fiscal. Estes barrariam qualquer tentativa de complementação nos salários dos servidores, burocratizando o processo.

Relembre

Até o momento, como adiantado pela apuração da Rápidas do Portal 6, a tendência é de que o projeto não tenha parecer positivo dos vereadores quando for colocado novamente em votação.

Durante a sessão extraordinária que votaria os projetos, a forte presença dos servidores no prédio da Câmara assustou os vereadores da base que, ainda que sejam retaliados pelo prefeito com perdas de cargo, temem um aumento na rejeição aos seus nomes, ao ponto de inviabilizar possíveis reeleições.

Outro ponto visto quase como consenso entre os vereadores é que Roberto Naves (PP) perdeu as condições de aprovar projetos polêmicos na Casa, situação que tende a ficar ainda pior com a proximidade do ano eleitoral de 2024.

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