Com risco de perder base na Câmara, Roberto está com medo de convocar nova sessão extraordinária

Auxiliares mais próximos recomendam cautela e desaconselham qualquer investida sobre a Câmara neste momento

Pedro Hara Pedro Hara -
Roberto Naves, prefeito de Anápolis. (Foto: Divulgação)

Os dias de sossego e tranquilidade no Rio Araguaia para Roberto Naves (PP) tiveram fim após o prefeito retornar a Anápolis e fazer algumas contas.

Se convocar uma nova sessão extraordinária para votar projetos que contrariam os servidores do município, o risco de perder é altíssimo.

Porém, na mesa, Roberto também vê como consequência de uma provável derrota dois cenários: não receber os votos de quem considera como base e ainda assim ter de engolir seco e manter cargos e privilégios que dá a esses parlamentares.

E se retaliar perde a governabilidade que sempre teve desde que assumiu a Prefeitura de Anápolis, em 2017.

Por isso, auxiliares mais próximos recomendam cautela e desaconselham qualquer investida sobre a Câmara neste momento.

Já outros defendem a convocação para, no máximo, a próxima semana sob o risco da fatura ficar ainda mais alta para aprovação em segundo turno dos projetos que passaram com tranquilidade em primeira votação, a exemplo do Refis.

Por enquanto, Roberto segue tentando contato com potenciais desertores, com a desculpa de querer apenas sentir o ambiente e “discutir a relação”.

Consequências

Agora que está de volta à realidade da política não somente de Anápolis, mas do país, Roberto se mostrou preocupado com os efeitos negativos da Reforma Tributária para o município que governa.

O texto aprovado com ampla maioria na Câmara dos Deputados põe fim aos incentivos fiscais, com exceção à Zona Franca de Manaus.

Anápolis, que tem o DAIA, ficou de fora e não está claro como serão as compensações para cidades que sofrerão com a fuga de indústrias que tendem a migrar para estados consumidores — como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

O maior temor é a perda da CAOA, que fabrica automóveis das marcas Hyundai e Cherry em Anápolis e gera milhares de empregos na cidade.

Alfinetada

Roberto também não gostou do fato de Alexandre Baldy, presidente do partido ao qual está filiado, o Progressistas, aparentemente ter preterido Anápolis e orientado a instalação da fabricante de carros elétricos BYD em Camaçari, na Bahia.

O município, de população equivalente a de Anápolis, vai receber R$ 3 bilhões em investimentos e gerar cinco mil empregos diretos. E tudo isso com incentivos fiscais.

Tudo em família

Irmã de Alexandre Baldy (PP), Millene Baldy de Sant’anna Braga Gifford foi anunciada como nova secretária Executiva de Educação da Prefeitura de Goiânia.

Baldy, que é um empresário de sucesso, também é presidente da Agência Goiana de Habitação (Agehab).

Millene é a segunda irmã de Baldy em um cargo público. Joel Sant’anna Braga Filho é secretário de Indústria e Comércio de Goiás. Outro irmão do ex-ministro, Adriano, também já ocupou a Secretaria de Cultura no primeiro Governo Caiado.

Subiu de nível

A cardiologista anapolina Ludhmila Hajjar, que já atuava como professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), subiu para o nível mais alto da docência dentro da instituição.

A cerimônia de arguição contou com a presença do governador Ronaldo Caiado (UB) e a esposa dele, Gracinha Caiado.

Nota 10

Para o Ministério Público de Goiás (MPGO), que evitou que a cidade de Guapó contraísse empréstimo de R$ 4,5 milhões, gerando uma dívida de R$ 10 milhões pelos próximos 10 anos ao município.

Nota Zero

Para os que ainda não tomaram a dose bivalente de reforço contra a Covid-19 no estado. 

De acordo com o Ministério da Saúde, apenas 11% dos goianos foram imunizados com a dose extra, o que coloca o Goiás na 14ª colocação do país nesse quesito.

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