Homem viraliza ao revelar como está local que abrigou tragédia do Césio-137 em Goiânia

Substância radioativa foi espalhada pela capital há 37 anos, no dia 13 de setembro de 1987

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Vídeo tem chamado atenção nas redes sociais (Foto: Reprodução/ Twitter)

Um vídeo de um lote baldio abandonado em Goiânia tem chamado atenção de internautas nas redes sociais. Isso porque, apesar de parecer uma cena urbana comum, o local foi palco do maior acidente radioativo fora de uma usina nuclear do mundo: o do Césio-137.

Na gravação, postada no X – antigo Twitter – por um homem sem identificação, o público pôde conferir como está o terreno em que se encontrava o ferro-velho onde a peça que continha a substância radioativa foi levada.

“Foi aqui que o Devair, que foi o rapaz que achou a cápsula de Césio-137, a abriu e onde começou a acontecer a tragédia lá na década de 1980”, explica o homem ao mostrar o local na Rua 26-A, no Setor Aeroporto. Vale destacar que Devair Ferreira recebeu a peça de Wagner Pereira e Roberto Alves, que foram os que encontraram o aparelho.

Assim, embora o lote se misture na paisagem urbana, o homem afirmou sentir um clima estranho ao estar presente no local.

Desde o acidente, a propriedade segue desocupada. “Eu acho que tinha que ser feito um memorial ou alguma coisa nesse sentido aqui para lembrar o que aconteceu”, aponta.

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Relembre o acidente

Há 37 anos, no dia 13 de setembro de 1987, os dois catadores de recicláveis encontraram um aparelho de radioterapia em uma clínica abandonada e fizeram o desmonte da peça.

Seria um procedimento normal, se não fosse a cápsula de pó radioativo que ocasionou no maior acidente radiológico do mundo fora de uma usina nuclear.

Apenas 19 gramas de um pó branco que brilhava no escuro no tom azul causou quatro mortes diretas e afetou mais de mil pessoas na capital.

A peça e o pó foram levados para diversos pontos pela capital. No dia 28 de setembro, ao notar que toda pessoa que teve contato com o material passou mal, Maria Gabriela Ferreira, a esposa de Devair, levou a peça à Vigilância Sanitária Estadual, onde finalmente foi descoberto que se tratava de Césio-137.

Constatou-se a contaminação de 249 pela substância, sendo que 129 ainda possuíam rastros internos no organismo. De acordo com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), 49 pessoas foram hospitalizadas e 20 necessitaram cuidados intensivos.

A primeira morte, e mais emblemática, foi da sobrinha de Devair, Leide das Neves, de 06 anos, no dia 23 de outubro. As outras vítimas foram Maria Gabriela, Israel Baptista e Admilson Alves.

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