Mãe de menina morta após ser baleada pela PRF faz desabafo

"Sua irmã sente tanto a sua falta, que ela grita pelo seu nome", afirmou

Folhapress Folhapress -
Mãe de menina morta após ser baleada pela PRF faz desabafo
(Foto: Reprodução/ Instagram)

A mãe da menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, morta após ser baleada pela PRF, fez um desabafo nas redes sociais e lembrou os últimos dias ao lado da filha.

Alana dos Santos Silva contou que a filha foi forte e “lutou muito” durante os dias internada. Heloísa precisou passar por cirurgia, ficou nove dias internada em “estado gravíssimo” no hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

“Foi uma despedida tão dolorosa, ver você naquele sofrimento, lutando tanto, sendo tão forte, me encheu de esperança a todo momento”, contou.

O tiro acertou a cabeça e a coluna da criança, que morreu por “lesão transfixante de encéfalo por projétil de arma de fogo”, segundo apontou o laudo do IML (Instituto Médico Legal) sobre a morte de Heloísa.

A mãe da menina também criticou o despreparo dos policiais: “Pessoas que eram para nos proteger, sendo tão despreparados” e se desculpou com a filha por “não protegê-la”.

Alana também relatou o desespero da família com a situação, e a reação da irmã mais velha à falta de Heloísa: “Sua irmã sente tanto a sua falta, que ela grita pelo seu nome”, escreveu, e continuou: “Sua família te ama tanto, que aqui não serei capaz de dizer”.

Minha filha sofreu tanto, sentiu tanta dor. Lembro dos gritos de desespero da minha família e dela em especial
Alana dos Santos Silva, mãe de Heloísa.

Heloísa morreu na manhã desse sábado (16) um hospital de Duque de Caxias. A morte aconteceu após uma parada cardiorrespiratória irreversível, informou a prefeitura.

O CASO

Heloísa foi baleada dentro do carro da família em Seropédica, na Baixada Fluminense, no último dia 7. Os familiares disseram que os tiros partiram da polícia, que afastou três agentes. No carro, estavam a menina, os pais, a irmã e uma tia.

O agente da PRF Fabiano Menacho Ferreira disse em depoimento que disparou contra o carro “depois que ouviu o barulho de tiro”, segundo a TV Globo. De acordo com o policial, ele e dois colegas começaram a perseguir o veículo após constatarem que o automóvel era roubado.

O carro abordado durante a ação da PRF era roubado, segundo a ONG. Contudo, a pessoa que teria vendido o veículo compareceu à delegacia do Rio de Janeiro para prestar esclarecimentos. “O pai e a mãe da menina não sabiam de nada quando compraram o veículo”, afirmou o integrante da Rio de Paz.

A PRF afastou três policiais e diz que a Corregedoria apura o caso. Em nota, a corporação afirma que os agentes também passarão por avaliação psicológica e expressa “profundo pesar” pela situação.

O diretor-geral da PRF, Fernando Oliveira, disse que os agentes são proibidos de atirar contra automóveis, mesmo em caso de fuga. Segundo ele, qualquer excesso cometido por parte de agentes não tem apoio do presidente Lula (PT), nem do ministro da Justiça, Flávio Dino, e nem dele.

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