MPGO recorre ao STF para aumentar pena de João de Deus em caso de estupro de vulnerável

Decisão do TJGO desclassificou tipificação anterior, ocasionando uma diminuição na pena

Samuel Leão Samuel Leão -
Médium João de Deus. (Foto: Reprodução)

Após a Justiça decidir desclassificar um crime de estupro de vulnerável para violação sexual mediante fraude, tendo o médium João de Deus como investigado, o Ministério Público de Goiás (MPGO) resolveu formalizar um recurso junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão.

A conversão na tipificação ocorreu após o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) apontar que não havia elementos suficientes para comprovar a situação de vulnerabilidade.

Já o MPGO, através da Procuradoria de Recursos Constitucionais, argumentou que a decisão do tribunal deixou de considerar a incapacidade da vítima de oferecer resistência, já que havia uma suposta relação de abuso de poder no crime em questão. Assim, é apontado um fenômeno conhecido por imobilidade tônica ou congelamento.

A promotora Yashmin Crispim Baiocchi de Paula e Toledo, inclusive, ressaltou todo o contexto de poder econômico, político e moral de João de Deus para praticar tais atos e, ainda assim, seguir impune – em uma forma de controle da comunidade.

“É elemento que extrapola a gravidade abstrata do tipo e, por conseguinte, enseja o recrudescimento da pena-base pela negativação da conduta social do agente”, apontou.

A mobilização acontece porque o crime de estupro de vulnerável resulta em uma pena de 8 a 15 anos, enquanto o de violação sexual tem 6 anos como o teto da punição.

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