Da praia de Boa Viagem para os parques de Orlando: saiba como acarajé de brasileira conquistou os Estados Unidos

Ideia de vender produto no exterior começou de forma inusitada e conquistou o coração das pessoas que moram por lá

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Da praia de Boa Viagem para os parques de Orlando: saiba como acarajé de brasileira conquistou os Estados Unidos
Adriana Magalhães abriu o próprio negócio e hoje vende comida típica baiana em Orlando, nos Estados Unidos. (Foto: Arquivo Pessoal)

Acredite, na terra do Mickey tem acarajé, e diretamente da Bahia! Isso porque uma baiana arretada se mudou para Orlando, nos Estados Unidos, e decidiu levar um pouco do tempero brasileiro para aqueles que vivem por lá. 

Em busca de uma vida melhor, a empreendedora Adriana Magalhães deixou a terra natal e se mudou para o lado Norte do continente americano juntamente do marido, que é estadunidense, mas cresceu na Venezuela. O restante da família também embarcou na aventura. 

Mas se engana quem pensa que a baiana começou a trabalhar com a comida típica apenas após a mudança. Nascida e criada na famosa praia de Boa Viagem, a cozinheira teve a oportunidade de aprender a fazer acarajé logo cedo e foi amor à primeira vista. 

“Eu tive a oportunidade de aprender a fazer acarajé e me apaixonei. Me apaixonei de verdade pelo Acarajé, a maneira que se faz, a tradição, a cultura. É toda uma mescla de sabores, de efeitos, do dendê na veia”, contou em entrevista ao programa Vem Comigo, do Portal 6

“Então isso me proporcionou aprender, aperfeiçoar, e hoje estou aqui em Orlando, fazendo Acarajé para matar a saudade de todos os brasileiros, não só baianos”, completou. 

Adriana chegou nos Estados Unidos sem qualquer intenção de comercializar o prato, com foco apenas em aprender a nova língua e se adaptar à mudança radical que teve na vida. Inicialmente, morou em Miami, onde ficou cinco anos, e depois se mudou para a Califórnia, onde começou a vender acarajé. 

“Foi inusitado. Foi uma amiga baiana lá, que em uma festa dela eu levei uns “acarejezinhos” para matar a saudade, que ela já estava há muito tempo sem comer. Aí disseram: ‘não Adri, você tem que vender acarajé nos Estados Unidos. Então foi isso que me estimulou”, explicou. 

Durante a pandemia da Covid-19, a empreendedora iniciou as vendas na Califórnia, conseguindo assim uma renda que ajudou com a parte financeira da família durante o período. Porém, após um tempo, tiveram que se mudar para a Flórida. 

“Foi aí que eu disse: ‘não, já estou na Flórida, já estou em Orlando, Orlando está cheio de brasileiros. Então vamos tocar o barco e ver se dá certo fazer o acarajé aqui”, relembrou. 

A ideia inicial da baiana era montar um tabuleiro, com roupa tradicional, tacho, panela e colher de pau. No entanto, como não foi possível, decidiu adquirir um food truck personalizado, com a cara da Bahia. 

Com aquele tempero que só o Brasil tem a oferecer, Adriana vende para além do acarajé outros pratos típicos, como abará, passarinha, caldo de sururu, carne de sol com pirão de aipim, peixe frito e muito mais. 

Atualmente, diante de todo sucesso, a empreendedora conta com a ajuda de um parceiro, que surpreendentemente também é baiano, considerado até mesmo vizinho. 

Carregado de alegria, o food truck leva para os brasileiros que por ali vivem, um pouquinho daquela alegria que só o Brasil possui. 

“Aqui eu tento trazer toda nossa alegria, toda essa felicidade que o baiano tem, porque o baiano ele é feliz por natureza. Ele nasce feliz, é uma coisa incrível. Um axé, uma espiritualidade, que nasce com o baiano”, destacou. 

“Então a gente é um povo muito festeiro. A gente gosta de confraternizar, a gente gosta de trazer as pessoas e fazer com que as pessoas riam. Eu fico tão feliz quando um cliente vem para cá e diz estar satisfeito”, complementou. 

Com toda essa alegria e o tempero especial, Adriana está nos Estados Unidos há 10 anos e, mesmo com as dificuldades para encontrar os ingredientes, segue levando o melhor da comida baiana para aqueles que por ali residem. 

Confira o Vem Comigo na íntegra:

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