Retenção de macas em unidades de saúde prejudicam atendimentos de emergências em Anápolis

Completamente lotadas, unidades de saúde do município estariam utilizando o equipamento como leito temporário

Davi Galvão Davi Galvão -
Serviços de urgência do município não estão com macas disponíveis. (Foto: Reprodução)

Uma motociclista foi vítima de um atropelamento, após colidir contra um veículo na Avenida Progresso, localizada no bairro Vila Industrial, região Central de Anápolis, na tarde desta segunda-feira (11), por volta das 13h50.

Imediatamente, populares que lá estavam acionaram o socorro para levar a mulher até uma unidade de saúde.

Porém, para a surpresa e indignação de todos que lá estavam, foram informados em diferentes telefones que não seria possível realizar o atendimento de imediato por conta de uma questão relativamente simples: macas. Ou melhor, a falta delas.

Em entrevista ao Portal 6, um funcionário que trabalha perto do local do acidente, informou que ligou em mais de um lugar para solicitar uma ambulância.

“Eles falaram que não tinham maca para vir, que as que tinham estavam sendo usadas nos hospitais e tinha que esperar liberar alguma”, comentou.

Foi somente às 15h10, mais de uma hora depois do acidente, que uma equipe chegou ao local para efetuar o transporte da vítima.

Onde estão as macas?

Ao longo das últimas semanas, o Portal 6 recebeu diversas denúncias e imagens de hospitais do município completamente lotadas, tendo que internar pacientes, de forma improvisada, até mesmo ao longo dos corredores.

O cenário foi observado tanto na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Esperança quanto no Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (HEANA).

A solução, encontrada pelas unidades de saúde, a fim de conseguir acomodar todos que necessitam, foi a de utilizar as macas que chegavam com os pacientes através das próprias viaturas do SAMU e dos bombeiros.

Em uma visita à UPA da Vila Esperança, a equipe do Portal 6 atestou essa realidade, com macas de serviços de urgência sendo utilizadas como leitos temporários.

À reportagem, a Fundação Universitária Evangélica (FUNEV), que administra o HEANA, confirmou o cenário de superlotação e que, atualmente, atende um volume de pessoas muito maior do que a capacidade permite.

Leia a nota da FUNEV, na íntegra:

O Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo – Heana, gerido pela Fundação Universitária Evangélica – Funev, esclarece que:

A unidade com suporte para atendimento de traumas graves, referência para Anápolis, e de toda uma macrorregião com mais de 60 municípios, há algum tempo vem atendendo um volume de pacientes superior à sua capacidade instalada. Neste sentido, destaca-se que rotineiramente a unidade encontra-se com pacientes no PS, nos BOX de estabilização, leitos de observação, e em macas distribuídas pelos corredores, aguardando leitos de internação, isso para garantir que todos os pacientes sejam atendidos.

Destaca-se que tal situação não ocorre apenas no Heana, tem sido frequente em unidades de urgência e emergência com porta aberta, e que o tema, já foi objeto de discussão em reunião conjunta com o Ministério Público, em virtude da superlotação de unidades.

O Heana, conforme já vinha fazendo, segue administrando a situação, e realizando todos os atendimentos compatíveis com seu perfil. Conforme mencionado, a causa é o volume de pacientes superior à capacidade instalada, e que o Estado segue otimizando a rede, com expansão de unidades e leitos de internação, incluindo também tratativas junto aos municípios com vistas em tornar a rede cada vez mais funcional.

Reforçamos o nosso compromisso em prestar cuidados de saúde com qualidade para a população, e nos colocamos a disposição.

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