Polícia Civil abre inquérito contra influencer de Anápolis que fingiu ser surdo para pedir coisas na rua

Ao Portal 6, delegado Manoel Vanderic explicou que investigação por suposto capacitismo foi instaurada após recebimento de denúncia

Samuel Leão Samuel Leão -
Carlin Surdin, personagem do influencer Carlos Pereira. (Foto: Reprodução)

O influencer de Anápolis, Carlos Pereira, de 24 anos, mais conhecido como “Carlin Surdin”, recebeu uma solicitação para se dirigir à unidade do Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri). Ele, que faz um personagem surdo na internet, foi denunciado pelo crime de capacitismo.

Ao Portal 6, o jovem relatou estar sofrendo com a situação, visto que, para ele, tudo não passaria de um “mal-entendido”, que ocorreu depois que ele recriou um vídeo no qual um homem fingia ser surdo para pedir coisas na rua.

“Me intimaram, dizendo que me acusaram de preconceito com as pessoas com deficiência. Eu expliquei, não estou fazendo chacota, apenas recriei um vídeo da internet e fiz um personagem, não meti golpe em ninguém. Quem me acompanha sabe que não foi de maldade, eu quero é levar alegria para o povo”, afirmou.

Carlos aponta ainda que é crítico às pessoas que fingem ter deficiência para conseguirem benefícios, e que a forma que conseguiu abordar o tema foi através da brincadeira.

Agora, no dia próximo dia 03, ele terá que prestar esclarecimentos às autoridades.

“Entraram em contato pelo WhatsApp me intimando. Falo para qualquer um, fiz o vídeo justamente para as pessoas não caírem em golpe, como está escrito na legenda, nunca quis desmoralizar ninguém, tenho até parentes com problema de audição e os respeito demais”, completou.

A reportagem também entrou em contato com o delegado Manoel Vanderic, responsável pelo Geacri, e confirmou que tal situação será investigada em inquérito policial, instaurado a pedido do Ministério Público de Goiás (MPGO).

“Recebemos a requisição ministerial para instaurar um inquérito após denúncias de suposta discriminação. Para isso, foi instaurado um inquérito e ele será ouvido a princípio. Serão inquiridas pessoas com deficiência, para falarem sobre, e pegaremos a oitiva dele”, pontuou.

Vanderic ainda destacou que a investigação está apenas no início, de modo que não é possível tirar qualquer conclusão.

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