Entenda de onde vinha e como era usado dinheiro dos colégios militares para favorecer empresas de eventos

Escândalo resultou na saída de coronel do Comando de Ensino da Polícia Militar

Pedro Hara Pedro Hara -
Entenda de onde vinha e como era usado dinheiro dos colégios militares para favorecer empresas de eventos
Formatura de colégio militar realizada pela Alto Rellevo. (Foto: Captura/ Instagram)

Além de apontar detalhes de empresas que estariam sendo favorecidas para realizações de formaturas dos colégios militares de Goiás, relatório ultra sigiloso da Superintendência de Inteligência Integrada da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSPGO) também especificou sobre valores.

O documento, ao qual o Portal 6 teve acesso, aponta que cada unidade escolar possui uma Associação de Pais, Mestres e Familiares (APMF), sendo que cada uma delas contribuía com uma verba de R$ 60 mil em espécie, que podiam ser usados livremente.

Dessa forma, era realizada uma espécie de seleção, em que três empresas apresentavam propostas para realização das formaturas, mas as favoritas acabavam sendo selecionadas por serem de “confiança” do então comandante coronel Luciano Souza Magalhães.

Ainda conforme o relatório, a esposa do coronel Luciano, Camila Maia Gomes Magalhães, que também atua como servidora do gabinete do deputado estadual Coronel Adailton (SD), seria sócia-oculta tanto da Patricia Sarjes Eventos quanto da Alto Rellevo.

Chama atenção no documento o fato de que a empresa Patrícia Sarjes chegou a ser escolhida como de confiança mesmo tendo apenas 2 meses de criação e “não possui emissão de notas fiscais de prestação de serviços”.

Outra prática comum era a troca de serviços – apontando uma espécie de conluio entre as participantes.

Mesmo a Alto Rellevo Fotos e Eventos sendo a que mais fecha contratos para eventos em colégios militares, ela terceiriza parte dos serviços para a empresa de Patrícia Sarjes – como cadeiras, forros e outras estruturas necessárias para a formatura.

Mas o inverso também ocorria, quando Patrícia Sarjes ‘ganhava’ o direito de prestar o serviço na íntegra, a Alto Rellevo abocanhava parte dos lucros. Assim, ambas empresas eram beneficiadas.

O escândalo de favorecimento resultou na saída do coronel Luciano do Comando de Ensino da Polícia Militar.

*Colaborou Rafaella Soares

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