Mulher viraliza ao mostrar manifestantes evangélicos oferecendo “orações” em frente a loja de matriz africana
Grupo sustentou que "não sabia que o estabelecimento estava aberto" e, por isso, escolheu o local para levar os cartazes
Um vídeo chamou a atenção dos moradores de Águas Lindas de Goiás, município no Entorno do Distrito Federal (DF), ao mostrar diversas pessoas evangélicas — entre elas crianças e adolescentes — fazendo uma “manifestação” ao lado de uma loja de artigos religiosos de matriz africana.
A publicação, que já soma mais de 140 mil visualizações e 24 mil curtidas no TikTok, foi gravada na Avenida JK, no bairro Jardim Brasília.
No registro, Carmen Lima (@carmenclimar) filma de longe os manifestantes com placas e cartazes oferecendo orações, bem ao lado do estabelecimento, focado em produtos umbandistas e candomblecistas.
O que eles não sabiam, é que a mulher estava gravando tudo a fim de denunciar um possível caso de intolerância religiosa.
“Eles podiam fazer isso aqui em qualquer lugar, mas eles escolheram a frente da loja de artigos religiosos. Isso é intolerância, gente. Olha a quantidade de esquina que tem aqui!”, disse, indignada.
Ao chegar mais próximo do local, uma jovem ainda tenta abordar Carmen, perguntando se ela não queria uma oração, enquanto ao fundo, outras pessoas cantavam músicas cristãs.
No entanto, uma das líderes dos manifestantes explica que havia escolhido a calçada da loja, pois era o único lugar onde havia sombra.
“Não foi provocação, nós esperamos, só estávamos esperando o grupo que estava ali, a gente não sabia que vocês estavam abertos”, explicou a mulher.
Confusão continuou
Em certo momento, a dona da loja também se envolve na discussão, dizendo: “estou aqui para respeitar o espaço de todo mundo e para ser respeitada também”.
Juntamente com Carmen, ela ainda relata que a empresa já havia sido vítima de outras práticas de intolerância anteriormente, até mesmo com episódios de vandalismo no local.
“Um rapaz entrou aqui e quebrou, foi extremamente violento. Até hoje ele passa aqui na porta e nos xinga”, contou a empresária.
Apesar da discussão, o grupo evangélico se retirou do local proferindo palavras cristãs.
“Jesus ama o pecador, quando ele foi crucificado naquela cruz foi para todo mundo aceitar ele como salvador”, disse uma mulher.
Carmen, por sua vez, rebateu dizendo: “Pra vocês, ele chama Jesus, pra gente é Oxalá, pra outros é Orumilá, pra outros é Javé”, finalizou.
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