México se divide entre medo e tranquilidade em centros de votação

Até este sábado (1º), o Instituto Nacional Eleitoral, órgão autônomo, havia informado que mais de 220 das "casillas" tiveram de ser fechadas por questão de segurança em todo o país

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As urnas abriram às 11h de Brasília (8h locais), e eleitores compareciam com relativa tranquilidade às chamadas “casillas”. (Foto: Print/YouTube/Folha de São Paulo)

MAYARA PAIXÃO

CIDADE DO MÉXICO (FOLHAPRESS) – A Cidade do México é quase um oásis nas eleições deste domingo (2), quando mais de 20,7 mil cargos estão em jogo no México. A capital registra focos de violência, mas em grau não comparável com o de estados como o de Chiapas (sul) ou Michoacán (centro).

As urnas abriram às 11h de Brasília (8h locais), e eleitores compareciam com relativa tranquilidade às chamadas “casillas”, as mesas de votação organizadas em espaços públicos e privados, para registrar seus votos em cédulas eleitorais.

Na capital, vota-se para a chefia do governo local, para a Presidência, a Câmara, o Senado e mais uma porção de cargos locais. O clima é bem distinto do que ocorre em outros regiões do país, onde a população vota sob o manto do medo da violência.

Em um dos centros de votação visitados pela reportagem, uma longa fila de pessoas se formava com muitos idosos. Funcionários convocados para fazer a mesa de votação não haviam comparecido, e por isso o processo não podia ser iniciado.

Por isso, membros do Instituto Nacional Eleitoral buscavam um “jeitinho” de convencer pessoas que estavam na fila a serem voluntárias, mas a disposição era pouca. “Já temos outros planos para este domingo, não nos programamos”, diziam algumas mulheres.

Até este sábado (1º), o Instituto Nacional Eleitoral, órgão autônomo, havia informado que mais de 220 das “casillas” tiveram de ser fechadas por questão de segurança em todo o país. No total, há 170 mil centros de votação, e mais de 99 milhões de eleitores inscritos para votar.

Isso dificulta a participação de quem quer comparecer às urnas, que deverá se deslocar para um centro de votação mais distante de sua casa. O voto no país é obrigatório, segundo a Constituição, mas não há punição para quem não comparecer. Na última eleição presidencial, de 2018, a participação foi de 63,5%.

Há justificativas concretas para o temor sobre a insegurança. Dados preliminares divulgados pela Secretaria de Segurança mostram que este maio foi o mês mais violento do ano, com 2.410 assassinatos em todo o país, média de ao menos 77 assassinatos por dia.

Nestas eleições estão em disputa a Presidência da segunda nação mais populosa e da segunda maior economia da América Latina, além de todas as vagas da Câmara de Deputados (ou Congresso da União, como é chamado) e do Senado. Também serão escolhidos nove governos de estados, incluindo a Cidade do México, e milhares de cargos locais.

A favorita presidencial é Claudia Sheinbaum, ex-chefe da capital e apadrinhada do incumbente, o populista Andrés Manuel López Obrador. Ela liderou a maioria das pesquisas de intenção de voto e ostentava uma vantagem de cerca de 15 pontos nas sondagens. A principal concorrente é a ex-senadora Xóchitl Gálvez, indígena que representa uma coalizão histórica de três partidos tradicionais, PRI-PAN-PRD.

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