O furacão Beryl, que ganhou força e se tornou uma tempestade de categoria 5, está dando o tom para uma temporada de furacões “muito perigosa”, disse nesta terça-feira (2) a OMM (Organização Meteorológica Mundial), órgão da ONU (Organização das Nações Unidas).
“É o furacão de categoria 5 mais precoce já registrado na bacia do Atlântico, Caribe e América Central”, disse a porta-voz da OMM Clare Nullis a repórteres em Genebra.
“Isso estabelece um precedente para o que tememos que seja uma temporada de furacões muito, muito, muito ativa e muito perigosa, que terá impacto em toda a bacia.”
Na segunda (1º), a tempestade passou por Granada, deixando pelo menos três mortos, e São Vicente e Granadinas, onde também foi relatada uma morte, assim como na Venezuela. Além das vítimas fatais, muitas residências ficaram sem energia.
A previsão é de que o fenômeno atinja a Jamaica na quarta (3) e as Ilhas Cayman no final da semana.
A categoria 5 é o estágio mais alto da escala Saffir-Simpson. Esse tipo de evento climático extremo traz ventos de 252 quilômetros por hora ou mais, capazes de causar danos catastróficos, incluindo a destruição de casas e infraestrutura.
“Precisamos ter em mente que basta um furacão que atinja a terra para atrasar décadas de desenvolvimento”, disse Nullis. “Tememos o que está acontecendo com o furacão Beryl, que atingiu ilhas muito, muito pequenas no Caribe, que não estão acostumadas com furacões dessa dimensão.”
Anne-Claire Fontaine, autoridade científica do Programa de Ciclones Tropicais da OMM, afirmou que uma das razões que Beryl tenha se desenvolvido tão cedo na temporada está ligada às temperaturas mais quentes do oceano.
“O local no oceano onde os furacões estão se desenvolvendo [atingiu o patamar] mais quente de todos os tempos”, afirmou.
REGIÃO EM ALERTA
Em Barbados, ondas invadiram passarelas costeiras, derrubando palmeiras e inundando estradas na capital Bridgetown.
Em São Vicente e Granadinas, o furacão “deixou em seu rastro uma destruição imensa”, disse o primeiro-ministro Ralph Gonsalves.
“A Ilha da União (parte do arquipélago de Granadinas) foi devastada”, disse ele, afirmando que 90% das casas ficaram gravemente danificadas ou destruídas.
Em outras ilhas do Caribe oriental, os moradores fecharam as janelas, estocaram alimentos e abasteceram carros antes da tempestade.
Autoridades no México começaram a se preparar para a chegada de Beryl mais tarde nesta semana, com o governo federal instando as autoridades e cidadãos a mostrarem “extrema cautela”.