“Esforçado, sonhador e inspiração”: conheça história de jogador do Grêmio Anápolis atingido por disparo de policial

Ao Portal 6, irmã do atleta revelou trajetória de dedicação do jovem e o desespero da família para entrar em contato

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Ramon Souza, goleiro do Grêmio Anápolis, foi atingido por disparo de policial ao final de jogo de futebol. (Montagem: Reprodução/Instagram)
Ramon Souza, goleiro do Grêmio Anápolis, foi atingido por disparo de policial ao final de jogo de futebol. (Montagem: Reprodução/Instagram)

Esforçado, sonhador e uma inspiração. Foi com essas palavras que a família descreveu Ramon Souza, goleiro do Grêmio Anápolis que foi atingido por um disparo de bala de borracha, feito por um policial da Companhia de Policiamento Especializado (CPE).

Ao Portal 6, a pedagoga Ana Paula Souza, irmã do atleta, contou a história do jovem, de apenas 22 anos, que passou a vida toda se dedicando para se tornar um profissional.

“O Ramon se dedica ao futebol desde criança. Desde quando ele tinha 07 aninhos de idade. Ele abriu mão mesmo da infância sabe, da adolescência dele, para se dedicar para esse sonho dele que sempre foi ser jogador de futebol”.

Ramon Souza, quando ainda era uma criança, em viagem para poder disputar torneio de futebol infantil. (Foto: Arquivo Pessoal/ Ana Paula Souza)

O jovem, que foi revelado nas categorias de base do Aparecidense, se encontra atualmente emprestado ao Grêmio Anápolis, onde vinha sendo goleiro titular. Agora, ele vive um momento de incógnita.

Isso porque, devido ao ferimento na perna, ele foi afastado e deve perder a reta final da Divisão de Acesso do Campeonato Goiano – uma “segunda divisão” do torneio estadual -, que se encerra ainda em julho.

“Agora infelizmente ele vai ter que afastar do campeonato, não vai poder encerrar o campeonato, por causa dessa atrocidade cometida. A gente já chorou bastante, já agradeceu a Deus pelo livramento, mas a gente fica muito abalado, né?”, destacou Ana Paula.

Momentos de desespero

A jovem, de 23 anos, explicou que a família mora em Goiânia, sendo ela, a irmã Cassiane, e a mãe Carliane. No dia do incidente, elas não puderam acompanhar presencialmente o jogo, como é o costume.

Cassiane (à esquerda), Ramon e Ana Paula (à direita). (Foto: Arquivo Pessoal/ Ana Paula Souza)

“A gente sempre tenta acompanhar ele, mas ontem estávamos assistindo online. Quando o narrador começou a falar de tiro, a gente já começou a se preparar para ir para Anápolis, já começamos a entrar em contato com o pessoal do time, para saber o estado de saúde dele. Entramos em desespero mesmo”, detalhou Ana Paula.

Assim, os familiares de Ramon foram até o município onde encontraram rapidamente com o atleta. “Nós fomos lá e conseguimos dar um abraço nele, mas foi muito rápido. Não conseguimos conversar a sós, para entender como está a cabeça dele, mas ele está bem abalado”, complementou a pedagoga.

A jovem também destacou que o irmão é uma inspiração para o próprio filho dela, de 07 anos, que se orgulha muito de ter um tio jogador de futebol.

“Ele é muito fã do Ramon e ficou muito triste com a notícia. Na hora que ele viu o vídeo ele falou ”porque que esse policial fez isso mãe?”.

Justiça 

Por fim, Ana Paula afirmou esperar que a justiça seja feita, após essa situação desesperadora.

“A gente não espera um uma barbaridade dessas vindo de um policial que deveria estar lá para proteger. Nada justifica a atitude dele. O policial não estava correndo risco, nada que pudesse alegar legítima defesa, porque nenhum jogador ali estava oferecendo risco para a vida do policial”, argumentou.

Ela também confirmou que o irmão caçula está bem e que agora, os esforços são para que ele melhore o mais rápido possível.

“Ele sempre foi muito esforçado em tudo. Estamos agora nos concentrando na recuperação dele, para ele poder dar continuidade no sonho da vida dele, que é jogar futebol”, concluiu.

Ramon Souza precisou ser removido de maca após disparo de policial. (Foto: Divulgação/ Grêmio Anápolis)

Ao Portal 6, a assessoria do Grêmio Anápolis apontou que Ramon prestou depoimento na Central de Flagrantes de Anápolis, na manhã desta quinta-feira (11). Em nota pública, o time também disse que entrará com todas as medidas possíveis para que haja uma responsabilização do policial que disparou contra o goleiro.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.

PublicidadePublicidade