Dois comportamentos podem diminuir o prejuízo das telas em crianças, afirma psicopedagoga goiana

Discussão é reflexo da presença, quase majoritária, de dispositivos eletrônicos no cotidiano desse público

Paulo Roberto Belém Paulo Roberto Belém -
Representação de criança exposta à tela de tablet (Foto: Freepik)

O debate sobre o uso excessivo das telas pelas crianças está presente na rotina de especialistas que têm cuidado com a população dessa faixa de idade, principalmente nas escolas e nos consultórios.

A discussão é reflexo da presença, quase majoritária, de dispositivos eletrônicos no cotidiano desse público, chegando a ser consideradas como a “nova chupeta”, um item que acalma e distrai em situações de agito.

Para a professora e psicopedagoga, Cláudia Batista, o problema se agravou com a pandemia. “Houve um impulso no interesse das crianças pela tela. Era a ferramenta que elas tinham para estudar e interagir com o mundo”, lembrou.

Mas, à medida que o uso foi super incentivado por conta do isolamento e aulas on-line, o perigo do “vício” veio à tona, segundo a especialista. “Com as telas, elas [as crianças] perdem o contato com o outro, com algo que não é real, fica um risco muito grande”, entende.

Por outro lado, a psicopedagoga também aponta o estímulo em casa. “A correria do dia a dia, acelerada, a gente sempre trabalhando tanto. As interações dentro de casa têm sido roubadas por essa tecnologia que veio para nos socorrer”, citou.

Segundo a especialista, é necessário promover um uso responsável das telas por crianças, já que não é possível descartá-las.

“Brincar com os amigos, fazer um passeio, sair um pouco dessa realidade virtual para viver uma realidade que sejam os pequenos momentos do cotidiano, que vão fazer com que ela desenvolva habilidades cognitivas, de uma forma global”, pondera Cláudia.

É nessa linha que a psicopedagoga chama a atenção para duas posturas que podem reduzir o prejuízo das telas no desenvolvimento das crianças. “A primeira tarefa: prevenção da oferta do aparelho. Na primeira infância, o máximo que puder se evitar, acho saudável”, entende.

O segundo gesto, para Cláudia, vem do que ela classifica como “resgate”. “Resgatar o vínculo entre pais e filhos. Demonstrar que há outras coisas a se fazer que pode ser prazeroso. Que você consegue num jogo de tabuleiro, brincadeira no quintal”, conclui.

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