Corpo de bebê é retirado de velório em SC após familiares notarem sinais vitais

Segundo o Ministério Público, os parentes relataram ter visto a menina mexer os braços e as mãos dentro do caixão

Folhapress Folhapress -
Corpo de bebê é retirado de velório em SC após familiares notarem sinais vitais
(Foto: Reprodução)

ALÉXIA SOUSA – O corpo de uma bebê de oito meses foi retirado do próprio velório na cidade de Correia Pinto, na Serra de Santa Catarina, depois que a família disse ter percebido sinais vitais na criança. O caso ocorreu no sábado (19).

Segundo o Ministério Público, os parentes relataram ter visto a menina mexer os braços e as mãos dentro do caixão.

Um farmacêutico, o Conselho Tutelar e o Corpo de Bombeiros foram acionados. Com o uso de um oxímetro infantil e um estetoscópio, perceberam que a criança apresentava saturação e batimentos cardíacos em níveis baixos. No entanto, ela tinha pupilas contraídas que não reagiam e áreas do corpo com coloração arroxeada.

Com esses sinais, a bebê foi retirada do velório e levada novamente para o hospital, onde foi feito exame de eletrocardiograma, que não detectou sinais elétricos. A morte da menina foi novamente constatada.

A criança permaneceu no hospital até a realização de perícia. O enterro ocorreu no domingo (20).

Ainda no fim de semana, o Ministério Público de Santa Catarina abriu investigação para esclarecer as condições envolvendo a morte da criança.

Nesta segunda (21), o órgão divulgou que o laudo cadavérico mostrou que a criança estava morta e não apresentava sinais vitais enquanto estava sendo velada.
A perícia confirmou que ela morreu por volta das 3h de sábado, conforme consta no atestado de óbito emitido pelo hospital.

O laudo feito a pedido da Promotoria é sigiloso por envolver menor de idade, por isso o conteúdo não foi divulgado. No entanto, o órgão afirma que o documento aponta diversas razões para explicar os batimentos e a temperatura corporal.

Agora, o Ministério Público aguarda a conclusão de outro laudo complementar, chamado de anatomopatológico, para saber a causa da morte e se houve negligência no primeiro atendimento médico. O documento deve ser divulgado em 30 dias.

O promotor de Justiça Marcus Vinicius dos Santos disse que pediu à Polícia Civil que investigue o caso.

“É precipitado, no momento, tirar qualquer conclusão sobre o caso antes da realização dos laudos, mesmo porque, apesar da presença de poucos batimentos cardíacos até o retorno da criança ao hospital, os bombeiros também constataram outros sinais compatíveis com a morte, como pupilas dilatadas e não reagentes e arroxeamento em algumas partes do corpo”, disse o promotor.

Segundo a Promotoria, o pai da bebê disse que a levou no hospital na noite de quinta (17) e o médico a diagnosticou com uma virose. Ainda segundo o relato, o profissional teria administrado soro, prescrito medicamentos e liberado a criança.

Na madrugada de sábado, no entanto, a menina voltou a passar mal e foi levada de volta ao hospital, onde o mesmo médico constatou o óbito, por volta das 3h daquele dia. Ele teria afirmado que a causa da morte era asfixia por vômito, mas a declaração de óbito registrou desidratação e infecção intestinal bacteriana.

Em nota, a Prefeitura de Correia Pinto, por meio da Fundação Hospitalar Faustino Riscarolli, confirmou que a paciente deu entrada no hospital por volta das 3h do sábado e que o atendimento foi realizado pela equipe plantonista, que constatou o óbito da criança.

“Mais tarde no mesmo dia, por volta das 19 horas, a criança foi novamente trazida ao hospital pelo Corpo de Bombeiros Municipal, com relato de sinais de saturação. A equipe médica mais uma vez atendeu a criança, e foi constatado o óbito”, disse o município.

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