Desastre que matou casal e bebê em incêndio em Valparaíso de Goiás ganha novo capítulo; entenda

À época, família contratou um trabalhador autônomo para impermeabilizar um sofá

Thiago Alonso Thiago Alonso -
Incêndio atingiu prédio em Valparaíso de Goiás.
Incêndio atingiu prédio em Valparaíso de Goiás. (Foto: Reprodução)

O trágico desastre que matou um casal e um bebê após um incêndio em Valparaíso de Goiás, em 27 de agosto de 2024, finalmente deve ter um desfecho, após o Ministério Público de Goiás (MPGO) oferecer denúncia ao judiciário na quarta-feira (12), tornando um prestador de serviço réu no processo por homicídio culposo.

Na peça, a titular da 1ª Promotoria de Justiça de Valparaíso de Goiás, a promotora Marina Mello de Lima Almeida relata que Renan Lima Vieira, foi  responsável por fazer a impermeabilização do sofá no apartamento do casal Graciane Rosa de Oliveira e Luiz Evaldo Lima no Condomínio Residencial Parque das Árvores.

Laudos juntados ao processo demonstraram que o produto utilizado para impermeabilizar o sofá causou o começo do incêndio entre a sala e a cozinha, ocorrido no dia 27 de agosto do ano passado.

À época, o fogo se alastrou rapidamente pelo condomínio, chegando a atingir até o sétimo andar, o que resultou na morte do casal e do bebê recém-nascido deles, Leonardo Oliveira de Lima, de apenas 23 dias de vida, ao se jogarem da janela.

O incidente também ocasionou a morte do cachorro da família, além de deixar a mãe de Graciane, Maria das Graças Oliveira, com ferimentos graves.

Luiz Evaldo Lima e Graciane Rosa de Oliveira foram identificados como vítimas do incêndio em Valparaíso de Goiás. (Montagem: Reprodução)

Na denúncia apresentada pelo MP, foi destacado que o profissional autônomo agiu de maneira negligente e com descuido ao manusear um produto solvente e tóxico no serviço, sem orientar os moradores e sem seguir os procedimentos exigidos para aplicação do produto.

De acordo com as investigações, a embalagem  continha informações de que o impermeabilizante era altamente inflamável, especialmente durante a etapa de secagem, sob o alerta de jamais realizar este procedimento em espaço fechado — como de fato ocorreu na prática.

Além disso, a promotora ainda enfatizou a falta de orientações aos moradores da casa, uma vez que, assim que o solvente foi aplicado, a mãe de Graciane chegou até mesmo a acender o fogão para preparar o almoço, fazendo com que as faíscas se misturassem à toxina.

Por conta disso, rapidamente as chamas se alastraram, dando tempo para o próprio Renan fugir do local juntamente com a mãe de Gracinha, enquanto o casal e o bebê acabaram ficando presos no quarto, encurralados pelo fogo.

Eles chegaram a tentar se proteger na ventilação da janela, mas as manobras não foram suficientes e, por fim, em meio às chamas, optaram por se jogar do 7º andar, o que os matou.

Durante as investigações, Renan confirmou em depoimento que não chegou a conferir o produto antes de aplicar, e que fazia as atividades de higienização e impermeabilização de sofás de forma esporádica e sem capacidade técnica, atendendo à família unicamente por conhecê-los há muito tempo.

Agora, o trabalhador autônomo Renan Lima Vieira deve responder pelo crime de incêndio culposo por quatro vezes, sob o juiz Gustavo Costa Borges, da 2ª Vara Criminal de Valparaíso de Goiás.

Siga o Portal 6 no Instagram: @portal6noticias e fique por dentro de várias notícias e curiosidades, tudo online e em tempo real para você!

 

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.