Votação acaba com Equador de olho no que dirão os observadores internacionais
Daniel Noboa e a opositora Luisa González mantiveram empate técnico


MAYARA PAIXÃO, QUITO, EQUADOR (FOLHAPRESS) – A jornada de votação no segundo turno do Equador se encerrou às 19h (17h locais) deste domingo (13) em um clima de tensão. Desta vez não devido à violência que acomete o país, mas às antecipadas acusações dos dois lados em disputa de que pode haver fraude.
Sem suspeita alguma de quem será o eleito, uma vez que o presidente Daniel Noboa e a opositora Luisa González mantiveram empate técnico, resta uma certeza: a de que a avaliação posterior dos observadores eleitorais internacionais terá peso no final do dia.
Mais de 83,7% dos eleitores compareceram às urnas, percentual próximo ao de outros pleitos, com participação em geral em torno de 80%, e ligeiramente superior à do primeiro turno.
“Vivemos uma verdadeira festa democrática”, disse a presidente da autoridade eleitoral, Diana Atamaint, que agradeceu às Forças Armadas e as policiais pelo apoio na jornada. “Os agentes devem permitir que delegados, observadores internacionais e meios de comunicação façam a fiscalização da divulgação dos resultados”, acrescentou.
São ao todo 485 observadores de fora credenciados, segundo o órgão eleitoral. O grupo de maior peso é o oriundo da União Europeia, com membros que recém-chegaram e outros que já estavam havia meses no país. No primeiro turno, eles disseram que o processo havia seguido o rito democrático, mesmo quando Noboa falou em irregularidades.
A poucas horas do domingo, Luisa González publicou um vídeo em suas redes sociais no qual dizia ter recebido de integrantes da inteligência das Forças Armadas informações de que, a mando de Noboa, falsas atas de votação estariam sendo plantadas pelo país para “construir a ideia de fraude ante sua iminente derrota”. Não há provas.
Membros da gestão Noboa também sinalizavam acreditar que poderia haver fraude, mas acusando, por óbvio, a opositora de esquerda.
O voto no país é obrigatório e em papel. A contagem é feita nos próprios centros de votação e depois enviada eletronicamente à autoridade eleitoral. Os delegados de cada partido presentes (ao todo são 94 mil) ficam com cópias das atas assinadas e as levam para casa.
Segundo um informe parcial do órgão eleitoral na metade da jornada de votação, 634 pessoas foram detidas por infrações, e 56 armas de fogo foram apreendidas. Ao chegar ao centro de votação, o eleitor tinha a mochila revistada por militares.