Sem corrigir irregularidades, Aurora Eadi planeja “marketing pesado” para pressionar autorização

Após contratar influenciadores para sustentar a narrativa de perseguição, empresa agora aposta em propaganda com ex-apresentadora de TV e coletiva de imprensa

Samuel Leão Samuel Leão -
Sem corrigir irregularidades, Aurora Eadi planeja “marketing pesado” para pressionar autorização
(Foto: Reprodução)

Sem resolver pendências com os órgãos de controle, Aurora aposta em propaganda e entrevista coletiva para tentar operar no Porto Seco de Anápolis.

A Aurora Eadi prepara uma nova cartada para pressionar o Poder Público a autorizar a operação no Porto Seco de Anápolis, mesmo sem ter corrigido os problemas que travam o processo.

Nesta quarta-feira (16), a empresa convocou uma coletiva de imprensa para “apresentar os reais motivos” que impedem o início das atividades no município. No entanto, a ação faz parte de uma estratégia mais ampla de comunicação, que inclui campanhas publicitárias e mobilizações nas redes sociais.

Uma fonte do mercado publicitário revelou ao Portal 6 que foi produzido um VT comercial de 30 segundos com uma ex-apresentadora de TV. No vídeo, a Aurora promete gerar 1.500 empregos e operar com uma taxa 40% inferior à da atual concessionária do Porto Seco, a PSCO (Porto Seco Centro-Oeste), caso receba autorização dos órgãos competentes.

A pressão já havia se intensificado nos últimos meses, com a Aurora utilizando influenciadores nas redes sociais para sustentar a narrativa de perseguição institucional.

Como mostrado pelo Portal 6, a empresa responde a diversas acusações — entre elas, o envolvimento ilegal da engenheira civil Sostena Mariano, servidora efetiva da Prefeitura de Anápolis desde 2012, e do ex-secretário municipal de Habitação e Planejamento Urbano, Daniel Fortes, nos processos junto aos órgãos de fiscalização.

O material foi enviado pela Procuradoria-Geral do Município (PGM) ao Ministério Público de Goiás (MPGO) e ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Deccor) da Polícia Civil (PC).

Com esse “marketing pesado”, a Aurora tenta influenciar a opinião pública e ganhar tração política para viabilizar a operação, mesmo sem respaldo jurídico suficiente.

Procurado pelo Portal 6, um integrante da PGM sob reserva, afirmou que, se de fato a companhia estivesse sendo prejudicada de forma injusta, já teria ingressado com uma liminar para garantir o funcionamento.

“Mas não o faz porque sabe que o processo está cheio de inconsistências que não se sustentariam numa análise judicial séria”, pontuou.

Samuel Leão

Samuel Leão

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás, com passagens por veículos como Tribuna do Planalto e Diário do Estado. É mestrando em Territórios e Expressões Culturais no Cerrado pela Universidade Estadual de Goiás. Passou pela coluna Rápidas. Atualmente, é repórter especial do Portal 6.

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