CEO do Google explica porque ainda não lançou “IA super poderosa”

Durante entrevista, Sundar Pichai contou sobre os avanços e consequências da tecnologia

Thiago Alonso Thiago Alonso -
Sundar Pichai, CEO da Google. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Sundar Pichai, CEO da Google. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Com o avanço da Inteligência Artificial (IA), a luta por revolucionar cada vez mais a tecnologia se acirra, com diversas empresas do mundo todo entrando na disputa para garantir o pioneirismo das patentes.

Um destes exemplos é a Google, que possui um leque de produtos neste ramo, tendo como principal foco o Gemini e o Google Veo 3, duas das mais poderosas IAs da atualidade.

Apesar disso, em entrevista, Sundar Pichai, CEO da empresa, explicou que ainda há muito para se ver e a tão sonhada “IA super poderosa” nem mesmo foi lançada.

Durante uma participação no podcast do cientista de computação Lex Friedman, o executivo explicou que ainda estamos bem longe de chegar ao ponto de Inteligência Artificial Geral (AGI) ou chamado ‘ponto de singularidade’ — período em que a IA estará mais inteligente que os seres humanos.

Discordando de especialistas do ramo que dizem que o AGI deve chegar em 2030, Sundar sustenta que devemos passar por consequências enormes até esta data, mas que não seria exatamente em 2030.

Segundo ele, o Google já tem autonomia e capacidade para construir uma IA ultra poderosa, mas não o faz por ser algo “lento e caro para operar”.

Google é uma das líderes no mercado. (Foto: Canva)

Infraestrutura

Para isso, a empresa busca fixar uma infraestrutura mais robusta antes do lançamento. Ele citou exemplos como quando o Google Chrome — hoje, o navegador de internet mais utilizado no mundo — inaugurou e deixou todas as concorrentes para trás.

À época, Sundar ganhou o estigma de “louco” por entrar no mercado. Porém, se aventurou e fez mesmo assim, prevendo uma mudança no paradigma, implementando um motor que era 25 vezes mais rápido que os demais navegadores.

Por conta disso, o empresário explica que ainda não é o momento de lançar a nova IA, visto que ainda há muito a se explorar. Como exemplo, cita o uso da tecnologia em pequenas atividades, como nos próprios códigos da Google.

Hoje, 30% dos códigos da empresa usam sugestões de IA. Isso resultou em um aumento de 10% na produtividade geral.

Segundo ele, isso é só mais um sinal de que “o espaço de oportunidades está crescendo” para este setor.

Para se ter ideia, nos últimos 12 meses, o Gemini do Google cresceu de 9,7 trilhões de usos para 480 trilhões por mês. Uma elevação de quase 50 vezes.

Este aumento, segundo Sundar, é mais uma prévia do que pode vir no futuro. Segundo ele, a expectativa é que “Pacotes da IA” se incorporem ao mundo, gerando uma verdadeira cascata de conhecimento.

Durante a entrevista, ele citou a agricultura como exemplo. “Assim como a agricultura criou a cerâmica, governo e comércio”, sendo que pelo menos 8 bilhões de pessoas devem ser impactadas pelas novas habilidades proporcionadas pela IA.

“Pensamentos na sua cabeça se transformando em coisas que existem”, descreveu.

Risco de extinção

Apesar disso, Sundar explica que nem tudo são flores e os especialistas se preocupam com possíveis consequências da IA. De acordo com ele, a liderança do Google discute em privado o risco de extinção pela IA.

“O risco subjacente é, na verdade, bem alto”, cravou. Contudo, ele explica que a humanidade só deve se unir quando a ameaça ficar óbvia e assustadora.

Enquanto isso, os holofotes se voltam para as big techs e o próximo grande passo na luta pela criação da nova, mais poderosa e acessível IA do mercado.

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