Médica do Hugol traz para Anápolis projeto que descobre doenças cardíacas em crianças
Especialista revelou detalhes sobre o evento, previsto para ocorrer no dia 19 de julho


Anápolis vai receber no dia 19 de julho uma festa diferente, mas cheia de afeto e cuidado. É a Festa do Coração, que visa reunir bebês e crianças que sofrem de doenças cardíacas.
Além disso, a atividade busca atender possíveis novos pacientes que possam precisar de atendimento pediátrico para cuidar deste órgão tão vital, destacando a cardiopatia congênita.

Festa do Coração acontece no dia 19 (Arte: Reprodução/Instagram)
Organizado pelo Instituto Corações em Rede, a ação vai acontecer nas instalações do antigo Hospital Municipal Jamel Cecílio, a partir das 08h.
Para explicar sobre o projeto, o Portal 6 ouviu a cardiopediatra Mirna de Sousa, médica formada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), integrante do grupo organizado.
A profissional atua no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) e no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), ambos em Goiânia.
Atendimento e captação
A especialista citou que, além de serem atendidos os pacientes regulados para atendimento cardiopediátrico, o evento visa buscar possíveis novos pacientes. Para isso, Mirna aponta quais indícios em bebês e crianças devem ser observados.
“Cansaço ao mamar, dificuldade para ganhar peso, aquela criança que não brinca tanto, é mais quietinha, paradinha. Também a criança que tem extremidades roxinhas, boca ou os dedos e quando a mãe acha que o coração da criança é muito acelerado”, elencou.
Lá, os atendidos passarão por consulta, avaliação ambulatorial e ecocardiograma torácico infantil.
“Para isso, a gente vai ter cardiopediatra e ecocardiografista com dois equipamentos de ecocardiograma para a realização desses exames lá, na hora”, explicou.
Importância da observação e prevenção
Considerando a incidência de cardiopatias, a médica apontou que 9 mil nascidos em Goiás anualmente provavelmente têm doenças do coração. “E desses, cerca de 30% são cardiopatias graves”, constatou.
Nesse sentido, a especialista diz serem importantes exames na fase gestacional e no pós-nascimento, a fim de se descobrir a necessidade de cuidados cardíacos.
“No pré-natal, o ecocardiograma fetal, e antes da alta da maternidade, o teste do coraçãozinho”, enumerou, entendendo que a realização dos dois deveriam ser de caráter obrigatório.
“90% dos bebês que nascem com má formação cardíaca vem de gestação normal, de família normal, não tem fator de risco. Então, toda gestação tem que ser avaliada. E isso não é uma coisa que se conhece. Os testes não caíram na cultura do povo brasileiro”, entende.
Campanha
Mirna deu mais informações sobre a Festa do Coração. “A gente vai ter lá no dia, além de médicos, famílias de crianças portadoras de cardiopatia congênita, mães desse instituto [Corações em Rede] com ligações e rede para conversar de mãe para mãe, trocar a experiência com o diagnóstico dos filhos, das cirurgias cardíacas que os filhos fizeram”, citou.
Além de contar com a Dra. Mariana Freitas, cardiopediatra pela UFG, a presença de pacientes portadores de cardiopatia que foram tratadas aqui no estado de Goiás também foi confirmada.
”Vão estar lá crianças com meio coração, crianças com doenças graves, mas para a gente colocar de uma maneira mais tranquila e conversar com a população, no sentido de conscientizar mesmo”, continuou.
E incrementa. “Eu acho que a conscientização do problema é o primeiro passo para a gente buscar a solução. Para que toda mulher gestante possa cobrar do seu obstetra esses cuidados no período gestacional e no pós-parto”, observa.
Mirna finalizou considerando que o evento pode ter como fruto a instalação de um ambulatório de cardiopediatria em Anápolis.
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