Escolas e creches da rede municipal de Anápolis podem ter recebido carne de cavalo para refeições

Investigação, que corre em sigilo, busca esclarecer se houve irregularidades no fornecimento de merenda escolar e uma possível substituição fraudulenta da carne destinada à alimentação de crianças e adolescentes

Samuel Leão Samuel Leão -
Escolas e creches da rede municipal de Anápolis podem ter recebido carne de cavalo para refeições
Operação entre Vigilância Sanitária, Agrodefesa e Polícia Civil desmontou abatedouro e frigorífico clandestino de carne de cavalo em Anápolis. (Foto: Divulgação)

Fontes revelaram à coluna Rápidas que a Polícia Civil de Goiás investiga um possível elo entre o abatedouro e frigorífico clandestino de carne de cavalo, descoberto em março deste ano em Anápolis, e uma empresa da cidade.

Essa empresa fornecia “proteína animal” para escolas e creches da rede municipal durante a gestão do ex-prefeito Roberto Naves (Republicanos).

A investigação, que corre em sigilo, busca esclarecer se houve irregularidades no fornecimento de merenda escolar e uma possível substituição fraudulenta da carne destinada à alimentação de crianças e adolescentes.

Para isso, os investigadores analisam documentos fiscais e contratos firmados entre a Prefeitura e as empresas fornecedoras de alimentos.

A suspeita é de que parte da carne de cavalo processada no frigorífico clandestino possa ter sido comercializada como outras proteínas, incluindo carne bovina, e direcionada para o programa de alimentação escolar municipal.

Vale lembrar que a descoberta do abatedouro irregular ocorreu após denúncia anônima, que desembocou em uma operação conjunta entre órgãos de fiscalização sanitária e ambiental.

A investigação ganhou força após a apreensão de documentos no local do frigorífico clandestino. Os registros indicavam uma movimentação financeira suspeita e vendas para distribuidores de alimentos.

Os policiais civis estão cruzando essas informações com os dados dos contratos públicos para identificar possíveis conexões entre os fornecedores oficiais da merenda escolar e a rede de distribuição da carne de cavalo processada irregularmente.

A carne equina, além de não ser tradicionalmente consumida no Brasil, quando processada em condições inadequadas, pode representar sérios riscos sanitários, especialmente para o público infantil que seria o destinatário final desses alimentos nas escolas municipais.

*Colaborou Danilo Boaventura

Samuel Leão

Samuel Leão

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás, com passagens por veículos como Tribuna do Planalto e Diário do Estado. É mestrando em Territórios e Expressões Culturais no Cerrado pela Universidade Estadual de Goiás e atualmente assina a coluna Rápidas, no Portal 6, onde publica informações exclusivas e os bastidores da política, economia e outros temas de interesse público.

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