Homem encontra tesouro do século VI, mas é obrigado a devolver após valor do achado vir à tona
Ele encontrou algo que devia ser seu, mas as leis disseram que não era bem assim

Um norueguês, cujo nome foi divulgado pela imprensa como Erlend Bore, estava explorando a Ilha de Rennesøy, próxima a Stavanger, quando seu equipamento registrou um sinal que parecia mais brincadeira do que ouro. No início, ele pensou ter encontrado moedas de brinquedo ou chocolate.
Ao escavar, descobriu um conjunto de joias raríssimas: nove medalhões finos de ouro, conhecidos como bracteates, dez contas e três anéis. As peças, juntas, somam algo superior a 100 gramas de ouro e formavam um colar de status elevado, provavelmente usado por elites por volta do ano 500 d.C.
Especialistas do Museu Arqueológico da Universidade de Stavanger declararam que jamais se vira na Noruega uma descoberta de ouro dessa magnitude desde o século XIX, por isso chamaram o achado de “o achado do século” no país.
Homem encontra tesouro do século VI, mas é obrigado a devolver após valor do achado vir à tona
O que torna o colar ainda mais extraordinário é a iconografia gravada nos medalhões: todos exibem a figura de um cavalo ferido com a língua para fora e membros retorcidos. Essa representação difere da maioria dos bracteates escandinavos, que costumam mostrar o deus Odin curando o cavalo enfermo de seu filho Balder.
Scholars interpretam o símbolo como um reflexo de sofrimento e doença, mas também como chamado à cura e renovação, um tipo de promessa ou proteção espiritual em tempos de crise.
Segundo os arqueólogos, a concentração e a integridade das peças tornaram o achado único e cientificamente valioso: encontrar tanto ouro de uma só vez, ainda mais com tal padrão de iconografia, é algo extremamente raro.
Apesar da empolgação pública, Bore não pôde ficar com a descoberta. De acordo com a legislação norueguesa, artefatos fabricados antes de 1537 e moedas cunhadas antes de 1650 pertencem automaticamente ao Estado, e quem os encontrar deve notificar as autoridades.
Bore seguiu o protocolo: marcou o local, parou de escavar e comunicou o governo local, o que permitiu que arqueólogos assumissem o processo de escavação e conservação com rigor. Como compensação, o descobridor e o proprietário do terreno devem receber uma recompensa, embora seu valor exato ainda não tenha sido definido.
Após a descoberta, as peças foram submetidas a conservação no museu local e anunciadas para futura exposição em Stavanger.
Para a comunidade arqueológica, o conjunto de Rennesøy oferece uma janela rara para a era das migrações (c. 400–550 d.C.) no norte europeu. As peças podem revelar informações sobre os sistemas de poder, crenças simbólicas e redes de comércio da época.
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