Lula tem 33% de avaliação positiva, contra 37% de negativa, aponta Genial/Quaest
Pesquisa aponta patamar que não era alcançado desde dezembro de 2024

LAURA INTRIERI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nova rodada da pesquisa Genial/Quaest mostra que 33% dos brasileiros avaliam o governo Lula como positivo, e os que consideram a gestão petista negativa somam 37%. Os valores estão empatados no limite da margem de erro de dois pontos percentuais – patamar não alcançado desde dezembro de 2024.
Classificam a gestão como regular 27%, e 3% não souberam responder.
Foram realizadas 2.004 entrevistas presenciais em 120 municípios distribuídos por todas as regiões do país entre os dias 2 e 5 de outubro.
A aprovação ao trabalho do presidente é de 49%, enquanto 48% o desaprovam, o que constitui um empate dentro da margem de erro.
O governo continua a apresentar melhor desempenho no Nordeste (62%), entre os que cursaram até o ensino fundamental (59%) e entre os que ganham até dois salários mínimos (54%). A desaprovação segue mais alta entre eleitores evangélicos (63%).
Para 25%, o governo Lula está se saindo melhor que o esperado, 45% julgam o contrário, e 28% assumem posição intermediária. Os eleitores estão nominalmente empatados sobre as intenções do presidente, com 47% achando que são boas, e outros 47%, ruins. Uma parcela de 32% acredita que Lula tem conseguido cumprir as promessas de campanha, contra 63% que consideram o oposto.
Mais notícias positivas são percebidas por 30% do eleitorado, enquanto as negativas predominam para 46%.
O índice dos que dizem que o país está indo na direção certa é de 36%, e os que veem o contrário somam 56%.
Em relação à anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro, 35% dos brasileiros se dizem a favor de um perdão para todos, incluindo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e 47%, contra. Bolsonaro foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a 27 anos e três meses de prisão por liderar uma trama golpista.
Outros 8% dos eleitores concordam com uma anistia apenas aos participantes do 8 de Janeiro. Quando questionados sobre o projeto alternativo à anistia que reduz penas dos envolvidos, o chamado PL da Dosimetria, 37% afirmaram ser favoráveis, e 52%, contrários.
As relações entre Câmara e Senado passam por momento de fragilidade desde que os senadores expuseram os deputados e rejeitaram a chamada PEC da Blindagem, em meio à repercussão negativa do tema entre a população. A votação proposta que visava alterar o tratamento jurídico de parlamentares e presidentes de partidos se tornou conhecida por 46%.
Ainda assim, a maioria dos brasileiros não acompanhou de perto a tramitação entre as duas Casas: 63% disseram não saber da aprovação na Câmara e 64%, da rejeição no Senado.
São contra a PEC da Blindagem 63%, e favoráveis, 22%.
Sobre as manifestações de rua contrárias à anistia e à PEC, 51% afirmaram ter conhecimento dos protestos. Para 43%, elas foram grandes, para 18%, esvaziadas; 39% avaliam que o governo saiu mais forte depois dos atos, enquanto 30% dizem que saiu mais fraco.
Uma parcela de 41% avalia que a reforma do Imposto de Renda trará uma “melhora importante” nas finanças pessoais. O valor em março era de 33%. Os que discordam oscilaram de 51% para 49%.
A isenção dos que recebem até R$ 5 mil é apoiada por 79%. A aprovação na Câmara da proposta foi comemorada pelo Palácio do Planalto como um marco na agenda econômica e social do governo e deve ser explorada politicamente pelo presidente, que busca consolidar sua imagem de aliado das classes menos favorecidas em meio à aproximação da disputa eleitoral de 2026.
No que se refere o encontro entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Assembleia-Geral das Nações Unidas, 57% dos entrevistados disseram ter ficado sabendo que o americano elogiou o petista. Trump afirmou que houve uma “excelente química” entre os dois em breve encontro que tiveram em uma sala da organização em 23 de setembro.
Os chefes de Estado se ligaram nesta segunda (6), e a conversa foi classificada por Trump como “ótima”.
Para 49%, o presidente brasileiro saiu do episódio mais forte politicamente, e para 27%, mais fraco.
De acordo com 65% dos eleitores, Lula deve adotar uma postura amigável diante das ações do republicano contra o Brasil, contra 25% que consideram uma postura dura mais proveitosa. Já 51% acreditam que, após a aproximação, Lula e Trump vão “se dar bem”, enquanto 36% discordam.
Classificam como bom o discurso que o presidente fez na ONU 52%, e 34% consideraram a fala ruim. A pergunta foi feita aos 44% que afirmaram ter ciência do pronunciamento.
VEJA AS MARGENS DE ERRO, EM PONTOS PERCENTUAIS, PARA CADA GRUPO DA PESQUISA GENIAL/QUAEST:
– Escolaridade: até ensino fundamental (4), médio completo (3), superior completo (4)
– Renda: até 2 salários mínimos (4), de 2 a 5 (3), mais de 5 (4)
– Religião: católicos (3), evangélicos (4)
– Região: Sudeste (3), Nordeste (4), Sul (6), Centro-Oeste/Norte (8)