A explicação científica por trás do déjà vu — e o que ele pode dizer sobre o seu cérebro

Esse fenômeno intriga muita gente e já foi tema de inúmeras teorias espirituais e até sobrenaturais

Pedro Ribeiro Pedro Ribeiro -
A explicação científica por trás do déjà vu — e o que ele pode dizer sobre o seu cérebro
(Foto: Reprodução/Pexels)

O déjà vu é uma das experiências mais curiosas e misteriosas do ser humano.

É aquele instante em que você tem a sensação de já ter vivido exatamente aquela situação antes — como se estivesse revivendo algo que, na verdade, está acontecendo pela primeira vez.

Esse fenômeno intriga muita gente e já foi tema de inúmeras teorias espirituais e até sobrenaturais.

Mas, segundo a ciência, há uma explicação bem mais lógica para o déjà vu, e ela está diretamente ligada ao funcionamento do nosso cérebro.

A explicação científica por trás do déjà vu — e o que ele pode dizer sobre o seu cérebro

A expressão déjà vu vem do francês e significa “já visto”.

O neurocientista Fabiano de Abreu explica que o fenômeno acontece por causa de uma pequena falha na forma como o cérebro processa e armazena as informações.

Quando enxergamos algo, o cérebro consulta memórias guardadas no lobo temporal e no hipocampo para interpretar o que estamos vendo.

No entanto, esse processo leva alguns milésimos de segundo — e, às vezes, essa troca de sinais ocorre de forma dessincronizada.

É como se o cérebro ativasse a área da memória no momento errado, fazendo a pessoa acreditar que já viveu aquela cena antes.

Em outras palavras, o déjà vu é um “atraso” no sistema de interpretação cerebral, um tipo de curto-circuito que engana a mente.

Por que o déjà vu acontece?

Ainda não existe uma causa única para o déjà vu. Os cientistas acreditam que ele pode ter origens diferentes, dependendo da pessoa e do momento.

Um dos motivos pode ser o chamado duplo processamento — quando o cérebro tenta entender uma situação nova, mas busca uma memória antiga parecida, criando a falsa sensação de familiaridade.

Outra hipótese envolve fenômenos neurológicos.

Em alguns casos, o déjà vu pode estar relacionado a pequenas descargas elétricas no lobo temporal, região ligada à memória e às emoções.

Em pessoas com epilepsia, por exemplo, o fenômeno pode ser um dos sintomas.

Além disso, o déjà vu pode surgir da confusão com lembranças semelhantes.

Às vezes, você vê uma cena em um filme, lê algo ou vivencia uma situação parecida — e, quando algo semelhante acontece na vida real, o cérebro mistura essas memórias.

Por fim, a falta de atenção também é um gatilho.

Quando estamos distraídos, o cérebro pode gravar uma imagem sem muita clareza, e, ao vê-la novamente, ela parece nova e familiar ao mesmo tempo.

Quando o déjà vu pode ser sinal de alerta

Ter déjà vu de vez em quando é completamente normal.

Estima-se que cerca de 70% das pessoas já tenham passado por essa sensação pelo menos uma vez na vida — geralmente entre os 15 e 25 anos.

Com o tempo, o fenômeno tende a se tornar mais raro, pois o cérebro aprimora seu processo de interpretação.

No entanto, quando o déjà vu se repete com muita frequência, pode indicar algo mais sério.

O neurocientista Fabiano de Abreu alerta que, em excesso, o fenômeno pode estar ligado a distúrbios neurológicos, crises epilépticas ou até mesmo altos níveis de estresse e ansiedade.

Se isso acontece com frequência, o ideal é procurar um profissional.

Um psicólogo pode ajudar a entender se a origem está em fatores emocionais, enquanto um neurologista deve ser consultado caso existam sintomas como desmaios, convulsões ou lapsos de memória.

O que o déjà vu revela sobre o cérebro humano

O déjà vu mostra o quanto o cérebro é complexo e impressionante.

Mesmo sendo apenas uma falha momentânea, o fenômeno revela como nossas percepções dependem da sincronia entre memória e atenção.

Ele é uma prova de que nem tudo o que sentimos ou lembramos é, de fato, real — e que a mente humana ainda guarda muitos segredos a serem descobertos.

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Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Colabora com o Portal 6 desde 2022, atuando principalmente nas editorias de Comportamento, Utilidade Pública e temas que dialogam diretamente com o cotidiano da população.

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