114 anos depois, o creme da lata azul ainda funciona bem? Especialista explica
Um clássico de infância que atravessa gerações
Quando abríamos o armário da casa da vovó, lá estava ela: uma lata azul, com a palavra Nivea em letras gordinhas.
Era o hidratante multiuso: servia para os cotovelos ressecados, para o rosto, para feridinhas que precisavam cicatrizar.
Hoje, a pergunta que parece simples vira quase filosófica: esse creme de mais de um século ainda vale a pena?
A história do clássico remonta a 1911, na Alemanha, quando o farmacêutico Oscar Troplowitz, junto com o químico Isaac Lifschütz e o dermatologista Paul Gerson Unna, desenvolveu uma fórmula inovadora.
O grande trunfo era o Eucerit, um emulsificante que torna possível misturar água e óleo de maneira estável, dando origem ao que viria a ser o Nivea Creme.
Por que a fórmula clássica ainda hidrata tão bem
Para a farmacêutica Rafaela Ribeiro Massena, a resposta está na simplicidade eficaz. “Hoje em dia continua no mercado e é um produto a ter sempre em casa. É muito versátil e, sim, eu uso-o muitas vezes”, ela afirma.
Segundo Rafaela, apesar de a indústria de cosméticos ter evoluído—com cremes sofisticados que trazem ácidos, niacinamida e outras novidades—o velho NIVEA da lata azul “ainda é um bom hidratante. As peles secas adoram”.
A composição básica é praticamente a mesma de quando foi lançado: Eucerit, que promove a emulsão, e Paraffinum Liquidum, um tipo de óleo mineral que ajuda a reter a umidade, criando uma espécie de “filme” protetor sobre a pele. Além disso, há glicerina e pantenol, ingredientes que fortalecem a hidratação.
Um artigo recente destaca que, mesmo frente a cremes de luxo de US$ 180, a fórmula de 1911 ainda supera muitos concorrentes em durabilidade da hidratação — graças à sua estrutura estável de emulsão e à formação de uma barreira oclusiva eficiente.
Limitações? Também tem — mas não para todo mundo
Claro, o creme da latinha azul não é perfeito para todos. Sua textura é densa e pesada: muitas pessoas relatam que ele “senta” na pele mais oleosa ou sensível.
Para outras, sua fragrância pode ser um problema — difícil de ignorar, principalmente para quem prefere cosméticos mais neutros.
Há também quem diga que fórmulas modernas da Nivea mudaram levemente com o tempo, ainda que a essência (Eucerit + óleo mineral) continue.
Veredito: continua sendo um clássico útil
Depois de 114 anos, o creme da lata azul se mantém relevante por uma razão simples: ele entrega o que promete — hidratação potente e duradoura — sem firulas. Segundo a farmacêutica Rafaela, é “um básico para a pele seca, sem palavreados como ácido hialurônico ou niacinamida”.
E ela dá a dica: “Adoro aplicá-lo nas mãos antes de me deitar.” É quase um ritual: assim como roupas básicas são essenciais no guarda-roupa, esse creme permanece um pilar no cuidado das peles que precisam de proteção e conforto.
Logo, sim — o velho Nivea ainda funciona tão bem quanto antes. Para muitas pessoas, continua sendo um dos hidratantes mais confiáveis para o uso diário.
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