Por que os supermercados do Brasil não estão conseguindo gente para trabalhar, segundo recrutadores

Setor acumula mais de 350 mil vagas abertas e enfrenta dificuldades inéditas para atrair candidatos, mesmo com desemprego em queda no país

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Por que os supermercados do Brasil não estão conseguindo gente para trabalhar, segundo recrutadores
(Ilustração: Reprodução/ Agência Brasil)

Mesmo com o desemprego em níveis baixos, supermercados de todo o país enfrentam um problema que se agravou nos últimos meses: milhares de vagas seguem abertas sem candidatos suficientes.

Redes grandes e pequenas relatam dificuldade para contratar em funções básicas, como operador de caixa, repositor e atendente, e recrutadores já tratam o cenário como um dos mais desafiadores dos últimos anos.

A mudança começa pelo perfil dos trabalhadores. Jovens que antes buscavam o varejo como porta de entrada no mercado formal agora preferem serviços mais flexíveis, principalmente trabalhos por aplicativos.

A rotina rígida das lojas, com escalas que incluem fins de semana e feriados, perdeu apelo e reduziu o interesse por essas funções.

Outro fator é a baixa atratividade dos postos operacionais. Os salários muitas vezes não acompanham o custo de vida, e várias funções acumulam tarefas desgastantes ao longo do dia.

A percepção de pouca valorização afasta candidatos experientes e também quem procura o primeiro emprego.

Recrutadores apontam ainda falhas na imagem das empresas. Muitas redes continuam apresentando essas funções como temporárias, sem perspectiva clara de crescimento.

Processos seletivos longos, presenciais e pouco digitais também contribuem para espantar quem busca algo rápido e direto.

Mesmo quando aparecem candidatos, outra dificuldade surge. Habilidades básicas, como atendimento ao público, organização e domínio simples de tecnologia, estão em falta. Isso faz com que parte das vagas permaneça aberta por semanas.

Para enfrentar o problema, empresas passaram a rever escalas, atualizar benefícios e investir em treinamentos.

Algumas redes buscam parcerias com instituições públicas e tentam reposicionar a carreira no varejo, reforçando possibilidades de crescimento.

A escassez de trabalhadores já provoca efeitos visíveis. Filas maiores, reposição mais lenta e equipes enxutas pressionam o serviço e aumentam custos.

Especialistas afirmam que o setor precisará revisar a proposta oferecida aos colaboradores, com salários mais competitivos, melhor ambiente e processos mais modernos, se quiser disputar mão de obra com as novas formas de trabalho.

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Isabella Valverde

Isabella Valverde

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, com passagens por veículos como a TV Anhanguera, afiliada da TV Globo no estado. É editora do Portal 6 e especialista em SEO e mídias sociais, atuando na integração entre jornalismo de qualidade e estratégias digitais para ampliar o alcance e o engajamento das notícias.

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