Radares inéditos começam a operar nas rodovias do Brasil e mudam a forma de multar motoristas: veja como funciona o novo sistema

O país inicia a instalação de um modelo de fiscalização que não mede apenas a velocidade no ponto da câmera, mas todo o trajeto percorrido pelo motorista

Magno Oliver Magno Oliver -
Novos radares no brasil
(Imagem: Captura de tela/ Redes Sociais)

O radar por tempo começa a ser implantado em trechos de rodovias brasileiras e promete mudar completamente a forma como as multas são aplicadas.

Diferente dos radares tradicionais, que registram apenas a velocidade exata no momento da foto, o novo sistema calcula quanto tempo o motorista levou para percorrer determinado trecho.

Se esse tempo for menor do que o necessário para trafegar na velocidade permitida, a multa é registrada automaticamente.

Essa mudança surge como resposta ao aumento de acidentes provocados por motoristas que reduzem a velocidade somente na frente dos radares tradicionais e aceleram logo depois.

Como o novo sistema identifica infrações

O funcionamento é simples, porém mais rigoroso. O radar por tempo utiliza duas câmeras posicionadas em diferentes pontos da via, registrando a placa do veículo na entrada e na saída do trecho.

A partir desse registro, o sistema calcula o tempo exato que o carro levou para percorrer a distância entre os pontos.

Se o tempo for menor do que o compatível com a velocidade máxima permitida no trecho, o sistema entende que houve excesso de velocidade durante o percurso, mesmo que o motorista tenha passado por um radar tradicional dentro do limite.

O objetivo é medir a velocidade média real, impedindo a prática de “frear no radar e acelerar depois”.

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Apoiadores3m (@apoiadores3m)

Por que o radar por tempo aumenta a justiça e a segurança nas vias

Especialistas explicam que esse método reduz disputas judiciais, porque o cálculo por média elimina dúvidas sobre velocidade pontual.

Ele também incentiva uma condução mais estável, já que acelerações abruptas perdem sentido quando o que importa é o comportamento ao longo do trajeto.

Além disso, o sistema reduz acidentes em pontos críticos, porque obriga o motorista a manter o limite por mais tempo, e não apenas em frente ao equipamento de fiscalização.

Essa combinação cria um fluxo mais previsível e aumenta a segurança de todos na rodovia.

O impacto para motoristas e como a fiscalização deve mudar

Com o avanço do radar por tempo, a expectativa é de que trechos considerados perigosos passem a ter fiscalização contínua, e não apenas localizada.

Isso deve alterar a rotina de quem está acostumado a acelerar entre um radar e outro. A tendência é que os motoristas adotem um ritmo mais uniforme para evitar multas, o que reduz o consumo de combustível e melhora a fluidez do trânsito.

A fiscalização também se torna mais eficiente, porque o sistema dispensa flagrantes visuais e opera de forma automática, 24 horas por dia.

Onde os primeiros equipamentos devem operar

Alguns estados já iniciaram processos de implementação e testes, especialmente em rodovias federais com alto índice de acidentes.

A previsão é de que o modelo se torne comum em trechos longos, túneis, áreas de serra e corredores onde a oscilação de velocidade costuma causar risco.

Com a validação técnica, a tendência é que o radar por tempo se espalhe rapidamente, assim como ocorreu quando os primeiros radares fixos foram introduzidos no país.

A tecnologia chega para complementar, e não substituir, os radares tradicionais, criando uma camada extra de proteção para motoristas e pedestres.

Siga o Portal 6 no Google News fique por dentro de tudo!

Magno Oliver

Magno Oliver

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Escreve para o Portal 6 desde julho de 2023.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos grupos do Portal 6 para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.

Publicidade

+ Notícias