Não é o japonês: esse é o idioma mais difícil de se aprender no mundo

Língua antiga esconde estruturas tão complexas que confundem até especialistas experientes

Magno Oliver Magno Oliver -
Não é o japonês: esse é o idioma mais difícil de se aprender no mundo
(Foto: Reprodução/Freepik)

Quando o assunto é idioma difícil, muita gente pensa imediatamente no japonês, no russo, mandarim ou até no árabe.

Mas especialistas em linguística afirmam que um dos títulos de língua mais desafiadora do planeta a se aprender pertence a um idioma menos conhecido do grande público: o tuyuca, falado por pequenas comunidades indígenas na Amazônia, principalmente na fronteira entre Brasil e Colômbia.

Com estrutura extremamente complexa, ele é considerado um dos maiores desafios para qualquer pessoa que tente aprendê-lo hoje em dia.

O tuyuca pertence à família linguística tucano e impressiona pela gramática incomum. Um de seus aspectos mais difíceis é a obrigatoriedade de marcar, em quase todas as frases, a fonte exata da informação, algo conhecido como “evidencialidade”.

Isso significa que, ao falar, o indivíduo precisa indicar se viu, ouviu, deduziu ou apenas ouviu dizer. A frase não pode existir sem essa marcação, o que exige precisão absoluta do falante.

Outro ponto que contribui para sua fama de “impossível” é a quantidade de classes gramaticais e verbos altamente flexionados, que podem assumir dezenas de formas diferentes dependendo do contexto.

Para quem vem de línguas ocidentais, acostumadas a estruturas mais previsíveis, essa lógica parece totalmente fora do padrão. Além disso, o idioma usa sons que não existem em línguas mais comuns, exigindo grande habilidade vocal para reproduzir fonemas pouco familiares.

A origem do tuyuca está profundamente ligada à cultura e ao modo de vida dos povos que o preservam. Por ser um idioma transmitido quase exclusivamente de forma oral, ele se desenvolveu com características muito específicas, adaptadas à realidade de comunidades ribeirinhas e florestais.

Seu vocabulário inclui nuances detalhadas para elementos da natureza, relações sociais e atividades cotidianas, algo difícil de traduzir para quem não faz parte do contexto.

Por esses motivos, o tuyuca segue sendo apontado por linguistas como o idioma mais difícil do mundo. Não pela quantidade de palavras, mas pelo nível de precisão, pelas regras complexas e por uma estrutura completamente distinta do que a maioria das pessoas já ouviu falar.

Aprendê-lo exige tempo, imersão cultural e uma sensibilidade rara para compreender a lógica de povos que preservam uma das joias linguísticas mais desafiadoras do planeta.

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Magno Oliver

Magno Oliver

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás. Escreve para o Portal 6 desde julho de 2023.

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