Conheça a cidade onde o Sol não voltará a nascer até meados de janeiro e que se prepara para enfrentar uma noite de quase dois meses
Uma cidade isolada do extremo norte vive um fenômeno que desafia qualquer rotina humana

Localizada no extremo norte do Alasca, a pequena Utqiaġvik, antiga Barrow, acaba de se despedir do último pôr do sol do ano.
Os pouco mais de 4 mil moradores agora iniciam um período peculiar: 65 dias seguidos sem ver o Sol. Situada cerca de 530 km acima da linha do Círculo Polar Ártico, a cidade é a primeira do estado a entrar na chamada noite polar, um fenômeno que ocorre anualmente devido à inclinação da Terra que afasta a região da luz solar direta durante o inverno.
Apesar do cenário parecer sombrio, Utqiaġvik não ficará completamente mergulhada na escuridão. O chamado crepúsculo civil, que é quando o Sol permanece a 6 graus abaixo do horizonte, garante algumas horas de leve iluminação todos os dias, inicialmente por cerca de seis horas, diminuindo para apenas três no fim de dezembro.
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Essa luminosidade tênue forma paisagens azuladas que se tornaram marca registrada do inverno na região e, muitas vezes, servem de apoio para atividades básicas da comunidade.
A cidade é também referência cultural e científica. Utqiaġvik abriga a tradicional população indígena Iñupiac, que mantém costumes adaptados ao clima polar extremo, além de diversas estações de pesquisa climática que estudam mudanças atmosféricas no Ártico.
Sua posição geográfica estratégica faz do local um dos pontos mais importantes para observação ambiental, especialmente diante do avanço do derretimento do gelo e das alterações nos padrões climáticos globais.
E, embora a longa noite seja desafiadora, o fenômeno tem seu contraponto durante o verão: quando a Terra se inclina no sentido oposto, os moradores podem aproveitar cerca de 80 dias consecutivos sem pôr do sol.
Esses extremos fazem de Utqiaġvik um dos lugares mais fascinantes do planeta, onde a rotina é moldada por ciclos de luz e escuridão que poucos imaginam vivenciar, mas que para seus habitantes são parte natural da vida no Ártico.
Confira mais detalhes de lá:
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