Trump não descarta enviar tropas à Venezuela e diz que líderes europeus são fracos
Declaração ocorre em meio a uma pressão militar na América Latina
ATUALIZADA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em entrevista ao site Politico que ele não descarta o envio de tropas do Exército à Venezuela para derrubar o ditador Nicolás Maduro.
“Não quero confirmar nem descartar. Não falo sobre isso”, disse o republicano ao ser questionado sobre o envio de soldados por via terrestres. Ele afirmou que não queria se manifestar sobre estratégia militar.
Trump concedeu a entrevista nesta segunda-feira (8) na Casa Branca, em Washington. A declaração ocorre em meio a uma pressão militar na América Latina. O principal alvo é Maduro, com a oferta de recompensas pela captura do ditador e a possibilidade de ações diretas, após ataques a barcos suspeitos de tráfico de drogas.
O republicano também disse que poderia estender operações militares antidrogas ao México e à Colômbia. O presidente da colombiano, Gustavo Petro, é uma das vozes locais mais críticas à operação americana e foi alvo de sanções. Já a líder mexicana, Claudia Sheinbaum, tem conseguido evitar medidas mais drásticas, mas protagonizou embates com o vizinho sobre imigração e combate ao narcotráfico.
A política externa de Trump tem se voltado para a região e transformado o continente em uma de suas prioridades, com intervenções a favor de aliados e pressões contra adversários.
A nova Estratégia Nacional de Segurança, documento publicado regularmente pela Casa Branca que delineia suas prioridades militares, o atual governo afirma querer acabar com as migrações em massa no mundo, fazer do controle das fronteiras “o elemento principal da segurança” dos EUA e reviver a Doutrina Monroe na América Latina
Na entrevista ao site de notícias, Trump também falou a guerra na Ucrânia e afirmou que a Europa é um grupo de países “em decadência” liderados por pessoas “fracas”.
“Acho que eles são fracos”, disse Trump sobre os líderes políticos do bloco. “Mas também acho que eles querem ser tão politicamente corretos. Acho que eles não sabem o que fazer”, acrescentou. “A Europa não sabe o que fazer.”
O americano ainda criticou esses países por não conseguirem encerrar a guerra na Ucrânia a declaração ocorre em meio a uma viagem do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, para Londres.
Os líderes dos três principais apoiadores de Kiev, Reino Unido, França e Alemanha, reuniram-se com Zelenski para discutir a proposta de Trump para encerrar o conflito que começou em 2022. Nesta segunda, o líder ucraniano voltou a rejeitar concessões territoriais à Rússia para fechar um acordo de paz.
“Eles falam, mas não entregam resultados, e a guerra simplesmente continua, sem parar”, afirmou ainda Trump na entrevista.
A porta-voz da União Europeia (EU), Paula Pinho, disse que a região continua comprometida com sua união apenar do conflito e das políticas tarifárias de Trump. “Vou me abster de comentar, exceto para confirmar que estamos muito satisfeitos e gratos por ter excelentes líderes”, disse ela em uma das entrevistas que faz com jornalistas diariamente.
Além de falar sobre a guerra, Trump voltou pedir que a Ucrânia realizasse novas eleições. O mandato de Zelenski terminou há um ano, mas hão houve pleito porque o país está em estado de sítio, o que impede o voto pela lei local.
“Eles não têm uma eleição há muito tempo”, disse. “Sabe, eles falam sobre democracia, mas chega um ponto em que já não é mais uma democracia.”
Zelenski já foi chamado de ilegítimo pelo russo Vladimir Putin, e rejeita a ideia hoje, ele teria uma tentativa de reeleição complicada, provavelmente tendo como rival o popular ex-chefe das Forças Armadas Valeri Zalujni.
O governo foi abalado com a saída de de Andrii Iermak, o chefe de gabinete de Zelenski e o segundo homem mais poderoso do país, por causa de uma investigação sobre corrupção.
O megaescândalo está relacionado ao desvio de ao menos US$ 100 bilhões (R$ 530 bilhões) do setor de energia, que derrubou os ministros da área e da Justiça. Iermak afirmou que está colaborando com as apurações.
Trump também criticou alguns governos europeus por suas políticas de imigração, citando cidades como Londres e Paris, afirmando que se não houvesse mudanças alguns desses locais não seriam mais “viáveis”.
O republicano chamou o prefeito da capital inglesa, Sadiq Khan, que é filho de imigrantes paquistaneses e o primeiro muçulmano a ocupar o cargo, de “um desastre”. “Ele foi eleito porque muita gente entrou [no país]. Eles votam nele agora.”





