Heineken fecha fábrica considerada defasada um dia após treinamento e demite 350 trabalhadores de uma vez, sem nenhuma explicação aos funcionários
Encerramento repentino da unidade no Ceará pegou funcionários de surpresa e expôs impactos sociais e econômicos na região

A Heineken fechou de forma abrupta a fábrica localizada em Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza (Ceará), e demitiu cerca de 350 trabalhadores, entre funcionários diretos e terceirizados.
O encerramento ocorreu apenas um dia após a realização de um treinamento interno, o que aumentou a sensação de surpresa e frustração entre os empregados.
De acordo com informações de sindicatos e veículos locais, cerca de 98 funcionários efetivos e aproximadamente 250 terceirizados foram dispensados.
Fechamento repentino surpreendeu funcionários
Muitos trabalhadores relataram que o treinamento recente havia gerado expectativa de continuidade das operações ou até de possíveis melhorias na unidade.
A planta já era considerada tecnicamente defasada, mas seguia operando há anos. Nos meses anteriores ao fechamento, a fábrica havia passado por redução gradual das atividades, incluindo a desativação de linhas de produção, o que indicava um processo silencioso de esvaziamento.
Funcionários afirmam que a comunicação sobre o fechamento foi feita de forma direta e sem detalhamento. Não houve aviso prévio claro, nem explicações técnicas aprofundadas sobre os motivos da decisão. A falta de informações ampliou a insegurança e a revolta entre os trabalhadores afetados.
Em nota, a Heineken informou que o fechamento faz parte de sua estratégia de reorganização e eficiência operacional, mas não apresentou justificativas específicas para o encerramento da unidade de Pacatuba.
A empresa também não detalhou, inicialmente, quais medidas seriam adotadas para mitigar os impactos sociais das demissões.
A produção que era realizada no Ceará vinha sendo transferida para outras fábricas da companhia, como a unidade de Igarassu (Pernambuco), que recebeu investimentos recentes para modernização. Essa mudança reforça a estratégia de concentrar a produção em plantas mais novas e eficientes.
O fechamento da fábrica causou forte impacto na economia local. Além da perda direta de empregos, comerciantes e prestadores de serviço da região também devem sentir os efeitos da saída da empresa, que era uma das principais empregadoras do município.
Sindicatos informaram que tentam negociar alternativas, como indenizações ampliadas e possíveis transferências para outras unidades da empresa, embora essas opções não contemplem todos os trabalhadores dispensados.
O caso reacende o debate sobre demissões em massa sem comunicação prévia e sobre o papel social de grandes empresas em regiões que dependem fortemente da atividade industrial.
Para os trabalhadores, ficou a sensação de que o treinamento foi o último sinal de normalidade antes de um encerramento inesperado.
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